Este é o slogan
usado para atrair o eleitor à urna, mas o que deve nos atrair a cumprir nossa
responsabilidade social? Nesta pequena reflexão desejo apontar alguns caminhos
que evitarão alguns equívocos cometidos com frequência na reflexão política.
O primeiro deles é
não ignorar que o terreno do debate político é minado por mentiras, confusões,
promessas que não podem ser cumpridas e ambiguidades. Isto ocorre na maioria
das vezes de forma proposital por que ao candidato importa apenas o eleger-se. Por
esta razão não pesam as consequencias de por em risco o seu próprio caráter.
Assim, é importante que o cristão aprenda a andar neste campo minado, a lidar
e evitar as armadilhas que ali existem. Lembremo-nos o que Jesus nos
ensinou “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa
disto é de procedência maligna.” (Mt.5:37). O segundo caminho a ser observado
com muito cuidado antes de ir à urna, deve ser o posicionamento em um dos lados
da disputa política. Entendo que o partidarismo que visa defender um dos
espectros[1]
político atual é perigoso. Cada partido procura reger-se por sua própria
ideologia e uma vez no poder procura aplicar esta ideologia em todo o país. No Brasil,
os espectros comumente conhecidos são: Esquerda e Direita. “Tais termos
ganharam este significado após o começo da Guerra Fria. No Brasil,
convencionou-se tratar como “direita” o regime militar, que tomou o poder no
Brasil entre 1964-1985, e como “esquerda” os grupos que se opuseram às forças
armadas e almejavam um regime socialista.”
Mas devo afirmar que
tais espectros são classificados não por suas propostas de fato, mas de acordo
com a posição que são postos ao lado dos demais (nazismo, comunismo, liberais,
fundamentalistas, etc.). Por exemplo: a posição política denominada como
direita, neste momento continua sendo direita? Como podemos classificá-la?
Uma ilustração simples das
incongruências a que isso leva pode ser obtida se considerarmos o caso do
anarquismo clássico. Sem dúvida é uma posição de esquerda; mas onde devemos
colocá-lo, exatamente? Situá-lo à direita da social-democracia dará a impressão
de que se trata de uma posição menos radical que esta; se colocado entre a
social-democracia e o comunismo, parecerá que é uma posição intermediária entre
ambos; e, se for posto à esquerda do comunismo, alguns pensarão que este é
apenas um anarquismo mais moderado. Todas essas alternativas são falsas, pois o
anarquismo tem peculiaridades que não foram levadas em conta pela classificação
convencional.[2]
Assim cabe-nos
a responsabilidade de avaliar cada espectro antes de nos posicionarmos
observando não apenas aquilo que cada um expõe, mas também o que todos ocultam.
Como cristãos esta avaliação não pode ser feita sem que sejamos iluminados pela
Santa e Sagrada Escritura, pois se procedermos sem esta luz, correremos o risco
de tornarmo-nos apostatas simplistas que defendem apenas a popularidade de um
espectro político que depende unicamente de si sem importar-se com os preceitos
de Deus.
Ainda abordando a
questão do espectro de direita, nota-se que sua ideologia está posta no ideal
da liberdade econômica individual que incita o capitalismo. Aqui o ideal é ter,
é possuir sem se importar com o que o outro pode conquistar. Observando o
cenário político com estes óculos é possível afirmar que o capitalismo só
produz males e que devemos abraçar sem nenhum pesar o socialismo defendido pela
Esquerda. Observemos então esta posição.
Sem que seja avaliada
corretamente esta posição se constitui no terceiro caminho que geralmente
produz equívoco em nossa reflexão política. Isto se dá pelo fato deste espectro
político defender como primazia a luta de classes, ou como comumente é
conhecida a igualdade social. Mas, “a esquerda nunca conseguiu definir de modo
claro, sem contradições nem reducionismos, a relação entre os valores de classe
e os valores humanos universais.[3]”
até porque no século passado grande conflito interno entre os esquerdistas foi
a acusação dos ortodoxos de que a luta pela igualdade de classes foi esquecida
pelos revisionistas. Franklin Ferreira observa que:
os ditadores mais cruéis da história
do século XX foram esquerdistas: Lênin e Stalin (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas), Adolf Hitler (Alemanha) e Walter Ulbricht (Alemanha
Oriental), Nicolae Ceauşescu (Romênia), Pol-Pot (Cambodja), Mao Tsé-Tung
(China) e Hồ Chí Minh (Vietnã). Cuba, Coreia do Norte e Venezuela são hoje
estados-modelos de esquerdismo.[4]
Diante do exposto o que nos interessa em tudo
isto é termos condição de avaliar o que diverge do proposto pelo Senhor nosso
Deus, é termos condição de observar e rejeitar os programas e opções que
aparecem como proposta de uma nova era, mas que roubam os valores familiares,
minam a concepção moral da sociedade e distanciam os homens de Deus. Vamos a
urna sim, mas o façamos de forma consciente e não motivados por espectro
qualquer ou modismos absurdos.
Pr. Joziran Vieira
[1]
Espectro político é o conjunto de posições políticas representadas em um país
ou localidade
[2]Armadilhas do vocabulário político Por André Venâncio.
Fonte: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadetpre.asp?codigo=397
acesso em 08/08/2014
[3]
ibid
[4] Franklin Ferreira em: Espectro
político, mentes cativas e idolatria:
fonte: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=381
acesso em 21/08/2014
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