ESCATOLOGIA REFORMADA NUMA VISÃO AMILENISTA
INTRODUÇÃO.
A ansiedade e desconforto de viver sob pressão do
contexto pós-moderno tem gerado um intenso interesse em muitos cristãos pela
doutrina das últimas coisas. No entanto, este interesse tem provocado
diversas correntes de pensamento a respeito do fim dos tempos (Eschaton-Kairos). Estas diversas
correntes surgiram na maioria dos casos por conta de interpretações equivocadas
do Texto Sagrado. No entanto, desde já salientamos que “todas as posições
escatológicas apresentam complicações na área da interpretação da Bíblia” [1].
Com a reforma protestante do século XVI houve um grande avanço no intuito de
eliminar tais problemas, pois os reformadores desejavam alcançar o sentido
original do texto procurando descobrir o que de fato o autor daquele texto desejava
falar. Foi então que surgiu o método histórico gramatical de interpretação.
Mas, ainda assim os outros métodos já utilizados no passado não foram
abandonados por todos, de maneira que continuou-se a utilizar para a
interpretação bíblica pelo menos três métodos principais: 1) histórico
gramatical 2) método alegórico 3) método tipológico. Os problemas com os dois
últimos métodos são os seguintes:
Quanto ao método alegórico Shedd afirma:
O problema
levantado pela alegoria resulta da falta de controle e de segurança na verdade.
O interprete descobre na sua própria cabeça o significado do texto nas figuras
imaginadas, de acordo com o ensino e quadro de futuros eventos que o interprete
pressupõe estar relatados na Escritura, em vez de ouvir a Palavra de Deus vindo
para nós e por meio dos eventos e ensinamentos bíblicos[2]
Quanto ao método tipológico Shedd adverte:
Interpretações
tipológicas são tremendamente inseguras porque nelas cria-se uma
correspondência entre profecias e eventos e seus cumprimentos que não estavam
previstos nas Escrituras originalmente[3]
Isto posto chegamos à compreensão de que na interpretação
bíblica devemos apenas falar o que o texto nos disser. Se nossa curiosidade nos
levar a ir além daquele ponto isto na melhor das hipóteses será pura
especulação. Nosso desejo nesta pesquisa a respeito das últimas coisa não é ter
a última palavra a respeito do assunto e sim procurar o sentido real do texto
para que possamos nos posicionar quanto ao assunto sem ferir os princípios
doutrinários da Santa e Sagrada Escritura. Que Deus nos ajude.
1.
DEFINIÇÃO E DIVISÃO (II Pe.3:7-12)
Entendemos por escatologia, o estudo sistemático a respeito
do futuro da humanidade que nos permite viver o presente sem esquecermos o
passado. O termo escatologia vem do grego “eschaton” que significa o fim e
“Kairos” que significa tempo. Assim escatologia significa “o fim dos tempos”.
(Hb.1:2; Gl.4:4; Lc.1:46-55; 68-79). Para Berkof, O nome “escatologia”
baseia-se nas passagens da Escritura que falam sobre “os últimos dias” (eschatai
hemerai), Is 2.2; Mq 4.1, os “últimos tempos” (eschatos ton chronon), 1 Pe
1.20, e “a última hora” (eschate hora), 1 Jo 2.18. É verdade que estas
expressões às vezes se referem a toda a dispensação do Novo Testamento, mas
mesmo assim incorporam uma ideia escatológica [4].
No Antigo Testamento é possível observar pelo menos dois
períodos relacionados à escatologia. O primeiro, “esta era” (olam hazzeh, gr.
Aion houtos), e segundo“a era vindoura” (olam habba’, gr. Aion mellon)[5].
É possível dividir o assunto em pauta em pelo menos duas
partes. A primeira diz respeito a uma escatologia individual, onde é possível
destacar os seguintes assuntos:
1.
Morte física
2.
Imortalidade da alma
3.
O estado intermediário
Em nosso estudo não iremos abordar esta primeira parte, isto
porque, nosso desejo é realizar uma análise a respeito da segunda vinda de
Cristo numa perspectiva amilenista, em refutação ao ponto de vista
dispensacionalista.
Na
segunda parte, estuda-se a escatologia geral e os temas abordados são os
seguintes:
1.
A segunda vinda de cristo e os sinais desta
vinda
2.
O milênio
3.
A ressurreição dos mortos
4.
O juízo final
5.
O estado final
2.
CONTEXTO HISTÓRICO I Ts.5:9,10 (06/01/2015)
Embora
a ideia escatológica seja algo peculiar a toda religião, apenas o cristianismo
fala com precisão a respeito deste assunto. Então, se desejamos ter uma noção
coerente do que significa a doutrina do futuro ou das ultimas coisas,
precisamos adequar-nos ao ensino da Sagrada Escritura. É preciso, no entanto
deixar claro, que embora a igreja nunca tenha abandonado sua esperança futura
mesmo em tempos de crise, a escatologia nunca ocupou o centro do pensamento
cristão. Em nosso estudo procuraremos observar neste primeiro momento o
desenvolvimento do pensamento escatológico cristã dividindo a história em pelo
menos quatro fases.
2.1. ESCATOLOGIA NO PERÍODO DOS
APÓSTOLOS (30 – 100 d. C)
Desde
os primórdios da igreja, é possível perceber a esperança escatológica dos
cristãos. Para tanto, basta observarmos os escritos dos apóstolos (Mt.24:2-31; I
Ts.4:13-18; II Ts.2:1-6; II Pe.3:10-13; etc.). Estes escritos apostólicos que
vieram a compor o Novo Testamento preservaram a
convicção da igreja primitiva de que os cristãos vivem entre dois tempos, entre
o “já” e o “ainda não”. Berckof define os primórdios do pensamento
escatológico dizendo que
Já no
primeiro período, a igreja estava plenamente cônscia dos elementos distintos da
esperança cristã, como, por exemplo, que a morte física não é a morte eterna,
que as almas dos mortos continuam vivendo, que Cristo virá outra vez, que
haverá uma bendita ressurreição do povo de Deus, que esta será seguida por um
julgamento geral no qual a condenação eterna será pronunciada contra os ímpios,
mas os fieis serão recompensados com as glórias eternas do Céu [6].
Os cristãos de Tessalônica demonstraram grande preocupação
quanto aos acontecimentos dos últimos dias, de forma que Paulo como fundador
daquela igreja procura orientá-los. Diante de diversos problemas enfrentados
por aquela igreja, o apóstolo procura consolá-los por sua preocupação pelos
parentes mortos assegurando que os crentes estão isentos do juízo vindouro (I
Ts.5:1-5), também afirma o apóstolo que os que estão vivos não obtém vantagem
com relação aos que já se foram (I Ts.4:13-17). Em sua segunda carta a esta
mesma igreja Paulo procura desfazer o falso ensino que chegou aos
tessalonicenses por meio de falsos mestres afirmando que o Dia do Senhor já
havia ocorrido e que aqueles irmãos haviam ficado. Os falsos mestres afirmavam
que as tribulações que estavam enfrentando faziam parte da grande tribulação,
mas Paulo desfaz este conceito confortando aqueles irmãos com a verdade (II
Ts.2:1-6). Em fim, fica claro que no período apostólico a escatologia já estava
presente abordando diversos temas da vida cristã, mas o que deve ser evidente é
o fato de que o cerne da mensagem escatológica era que “Deus não nos destinou
para ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (I
Ts.5:9).
2.2. ESCATOLOGIA NO PERÍODO DOS
PAIS DA IGREJA (120 a 460 d.C.)
Os
grandes expoentes do cristianismo que viveram a partir do ano 95 d.C até
aproximadamente 500 d.C, começaram a ser chamados de pais da igreja por conta
de sua lealdade ao Senhor Deus, buscando proteger a igreja dos hereges e lutando
a fim de impedir a disseminação de um “outro evangelho”[7].
O termo “pais da Igreja” é
derivado da falsa doutrina da Igreja Católica Romana, a fim de implantar um
sistema hierárquico sob as diversas regiões em que a igreja estava presente.
Aqueles homens não foram os “pais” da Igreja em nenhum sentido canônico, e seus
escritos não fazem parte do texto sagrado. Assim, Depois do terceiro século, tais homens foram vistos e
reconhecidos como heróis da fé.
Vamos classificá-los em grupo no intuito de
compreender melhor esta época:
1) Os
Apologistas ou Anti-Nicenos (120-220).
2) Os
Polemistas ou Nicenos (180 - 250)
3) Os
Teólogos Científicos ou Pós-Nicenos (325 - 460).
Dentro deste período o primeiro a escrever sobre o
milênio foi Papias (60-120 d.C.). Depois dele, Justino
Mártir (c.100-165) que não apenas falou sobre o milênio, mas também ensinou
que o mesmo teria início após a vinda do Anticristo e da segunda vinda de
Cristo. Além disso, Justino ensina que os mortos em Cristo iriam ressuscitar e
reinar com Cristo por mil anos na nova Jerusalém. “Assim sendo, ele é considerado por muitos o primeiro “pré-milenista”,
ou seja, defensor da noção de que a volta de Cristo precede o milênio” [8].
O último documento inspirado por Deus dentro deste
período que diz respeito a escatologia foi o livro de Apocalipse escrito pelo
apóstolo João no final do segundo século. Porém, muitos absurdos ocorreram
nesta época. “No tempo de Severo imperador de Roma, apareceu um místico e
peregrino chamado Judas dando a entender que Cristo viria no final do reinado
deste imperador. Ele teria chegado a esta conclusão através de um estudo
arbitrário das setenta semanas de Daniel” [9].
A conclusão a que Judas chegou em seu estudo, foi que Cristo voltaria no ano
203. Eusébio (263-340) considerado “o pai da história da igreja” acreditava que
o anticristo voltaria ainda naquela geração. Justino
Mártir afirmou que “as almas dos piedosos estão num lugar melhor, e a dos
injustos num lugar pior, aguardando o momento do juízo. Tertuliano (155-222)
acrescenta que os mártires não tinham necessidade de passar por tal processo;
seu sofrimento garantia acesso direto ao Céu. Agostinho
declarou o absurdo de que no inferno as almas passavam por um processo
amoroso de purificação para em seguida serem recolhidas pelo Senhor ao paraíso”
[10].
Foi neste período e por conta destas declarações que surgiu a doutrina do
purgatório tendo como pai o papa Gregório por conta de sua afirmação “deve ser
crido que existe, por causa das pequenas falhas, um fogo purgatorial antes do
juízo”. Foi porém de Agostinho que surgiu a posição amilenista quando em sua
obra a Cidade de Deus (427 d.C.) ele passou a defender a ideia de que o milênio
teve início com a encarnação de Cristo.
2.3. A ESCATOLOGIA NA IDADE
MÉDIA (500-1500 d.C.)
O
estopim escatológico deste período tem como base “a corrupção da igreja e a
inércia de seus líderes”[11].
Naquele período surgiu o abade Joaquim de Fiore (1135-1202) afirmando que duas
forças anticristãs depois de 1200 iriam atacar e perseguir intensamente os
cristãos. No entanto um papa com sua ordem monástica criariam um mundo mais
santo. Estes eventos nunca ocorreram e só inspiraram mais literatura
apocalíptica que dentro deste contexto foi proporcionada pelos seguidores de
John Hus e de Jerônimo Savonarola. Alderi de Souza observa algo interessante
neste período:
As motivações escatológicas por
trás das viagens exploratórias de Cristóvão Colombo (1451-1506). O famoso
navegador genovês era assíduo estudioso da Bíblia e estava familiarizado com a
escatologia de Joaquim de Fiore. Ele preparou o chamado Livro de Profecias, uma
coleção de predições sobre o fim do mundo e o retorno de Cristo no qual
procurou demonstrar que as suas viagens serviam a um propósito divino. A
descoberta de um caminho mais curto para o Oriente não só proporcionaria os
fundos para a conquista de Jerusalém das mãos dos infiéis, mas possibilitaria a
pregação do evangelho a todas as nações, dois requisitos para a volta de Cristo
2.4. DA REFORMA AOS DIAS ATUAIS
Embora
Lutero tenha se afastado em alguns pontos da escatologia da idade média, em
geral, os principais expoentes deste período não refutaram a ideia agostiniana
quando a doutrina dos últimos dias. Inclusive Lutero acreditava que o mundo
duraria apenas seis mil anos e que já estava vivendo o período do fim. Eurípedes
observa que:
o pietista luterano Johann Bengel (1685-1782) anunciou que a
derrubada da besta (do papa) seria em 1836 e, então, Jesus retornaria em 1837.
Weslley seguiu a escatologia de Bengel, mas ambos não viveram o bastante para
descobrirem seus erros em vida[12]
Nos séculos XVII e XVIII este entusiasmo escatológico foi
amortecido pelo iluminismo. Em contra partida, surgiu uma nova maneira de
encarar a escatologia que ficou conhecida como “pós-milenismo”[13].
O grande expoente desta visão foi o famoso teólogo calvinista e pastor
congregacional Jonathan Edwards (1703-1758). Auderi de Souza observa que:
A maior
contribuição de Edwards foi o entendimento de que essa obra resultaria de uma
combinação da atuação do Espírito Santo com o uso de meios, como a pregação do
evangelho e o cultivo dos "meios ordinários de graça". Para ele, essa
visão pós-milenista era um incentivo necessário para sustentar os melhores
esforços da igreja.[14]
Enquanto isto, outros também marcaram a volta de Cristo para
aquele período. Entre eles está Guilherme Miller, que marcou a volta do Senhor
para 1841, 1843 e 1844 (Pai dos ASD) em nenhuma destas datas Jesus voltou.
Scofield (um dos escritores da Bíblia anotada) chegou a anunciar que a primeira
guerra mundial (1914-1918) marcava o fim da era da graça e o início do conflito
final. Scofield dividiu a história escatologia em diversas eras ou dispensações
e apresentou um plano escatológico para a igreja e outro para Israel. Assim
chegamos ao século XX com pelo menos quatro posições escatológicas. Premilenistas,
Amilenistas, pós-milenistas e dispensacionalistas. Vejamos então no próximo
ponto o que cada uma destas posições defendem.
3.
CORRENTES MILENISTAS Ap. 20:1-6
Embora
a posição escatológica defendida nesta pesquisa seja amilenista, desejo
apresentar nesta parte de nosso estudo, as principais correntes milenistas, expondo
sua forma de pensamento.
a. Pré-milenismo
Premilenistas são aqueles que defendem a volta de Jesus
antes dos mil anos descritos no livro do Apocalipse Cap. 20. Esta posição pode
ser defendida em pelo menos duas vertentes.
1. Pré-milenismo histórico
Segundo
os pré-milenistas, no final da era da igreja virá sobre a terra um período que
é denominado de a grande tribulação. Depois desse período, Cristo voltará a
terra e estabelecerá o seu reinado milenar. No entanto, antes que ocorra a
segunda vinda de Cristo, se faz necessário o acontecimento de alguns eventos.
1.
A evangelização das nações
2.
A grande tribulação
3.
A grande apostasia
4.
A manifestação do anticristo
Nesta volta, os salvos que tiverem morrido serão
ressuscitados e receberão um corpo glorificado juntamente com aqueles que
estiverem vivos (I Co.15:51-57). Em seguida todos os salvos se encontrarão com
o Senhor nos ares (I Co.15:23,24). Daí, Cristo descerá a terra, abaterá o anticristo
e estabelecerá o reino milenar no qual os salvos reinarão com Ele sobre a terra
por mil anos.
Neste período (do reinado de Cristo) segundo
esta posição, haverá possibilidade de salvação. Na realidade, é afirmado que
será neste período que haverá a salvação de muitos judeus que estiverem vivos.
“as nações incrédulas, que ainda estiverem sobre a terra nessa época, são
controladas e governadas por cristo com vara de ferro” [15].
Outro
fato importante a ser destacado aqui é que para alguns daqueles que defendem
esta visão a terra será renovada e será possível contemplar novo Céu e Nova
terra. Haverá paz em todos os aspectos da vida, embora ainda exista o pecado e
a morte. Pra que este tempo ocorra,
Satanás será preso e lançado no abismo (Ap.20:1-3). Próximo do fim deste
período, Satanás será solto e sairá a enganar as nações. Desta forma conseguirá
formar um grande exercito que marchará contra Cristo na batalha de Gogue e
Magogue (Ap.20:8).
No
final destes mil anos, ocorrerá a ressurreição dos incrédulos para que sejam
julgados juntamente com todos os outros (este é o grande trono branco).
1.1. Argumentos em defesa do pré-milenismo
histórico
Vejamos
algumas passagens que são utilizadas para respaldar esta posição no Antigo
testamento, e sua explicação segundo aqueles que a defendem.
Is.65:20 “Não haverá mais nela crianças para viver poucos
dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer
ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado”
A defesa aqui, é que o fato de viverem os homens muitos
anos, determina um tempo futuro bem diferente do que estamos vivendo. No cap. 11:6-9. O profeta parece
demonstrar uma renovação da natureza.
Sl.72:8-14
apresenta um reino de retidão em que os demais reinos do mundos se curvarão
perante Ele (conf. Os v.8,11). Mas, isto ainda não é o estado eterno, haja
vista que haverá necessecitado (v.12-14).
Observando a profecia pronunciada por Zacarias cap.14:5-17, Grudem
defende o seguinte raciocínio com respeito ao texto:
Se trata de
uma profecia típica do A.T. em que eventos futuros distintos são misturados,
não se distinguindo na visão do profeta, ainda que possam estar separados por
longo período quando de fato ocorrem [16].
Aqui o milênio é defendido sem que ainda tenha sido
alcançado o estado eterno, pelo fato de que o Senhor é visto como Rei de toda a
terra (v.9-11), mas ainda haverão conflitos e rebeliões (conf.v.13-15). Sendo
assim, certamente (dizem eles) este tempo será o tempo do milênio.
No Novo testamento também são encontramos textos que
respaldem esta posição.
Ap. 2:26,27
– este governo de força indica o governo de Cristo sobre as nações. No entanto,
este governo não pode ser visto como ocorrendo agora nem mesmo é o governo
eterno de Cristo “ao vencedor que guardar até ao fim as minhas obras [...]” este
fato indica um tempo antes do reino eterno.
O texto de I
Co.15:23-25 segundo os pré-milenistas indica que há um intervalo entre
a segunda vinda de Cristo e o fim (v.24). “[...] quando Ele entregar o reino ao Deus e
Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder”.
Este intervalo certamente é o milênio que ocorrerá antes do fim.
Ap.20:1-6
2. Premilenismo pretribulacionista ou dispensacionalista.
Esta visão escatológica realmente ganhou força a partir do
século XIX e XX. Segundo esta posição Cristo voltará antes do milênio e também
antes da grande tribulação. Os dispensacionalistas apresentam sete dispensações
na história da humanidade que vão desde a criação até a o grande dia do Senhor.
A base de sua escatologia encontra-se em Dn.9:24-27. Para os tais, as semanas
se referem a anos (70x7). Assim os primeiros 69 anos terminam na crucificação
do nosso Senhor Jesus Cristo. A 7ª semana de Daniel será o período da grande
tribulação. Neste período a igreja estará presente na terra.
NOTAS
[1] Shed, 1999 p.10
[2] Ibid, p.10
[3] Ibid, p.10
[4] Berkof, 2001 p.615
[5] ibid
[6] Berckof, 2001 p.612
[7] Conf. Gl. 1:6-9 quando o
apóstolo Paulo afirma que qualquer mensagem anunciada em nome de Cristo que
seja diferente da que os apóstolos estavam anunciando seja considerada outro
evangelho e por assim dizer deve ser considerada anátema.
[8] Matos, Alderi de Souza.
Até que Ele venha/ a expectativa do fim na história do cristianismo. FONTE:
http://www.mackenzie.br/6938.html acesso em: 06/01/2015
[9] Eurípedes da conceição. Escatologia,
uma análise introdutória. Apostila destinada aos alunos do STPRJ p.26 disponível
em: WWW. Monergismo.com
[10] Ibid.
[11] ATÉ QUE ELE VENHA: A
EXPECTATIVA DO FIM NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
Alderi Souza de Matos. FONTE:
http://www.mackenzie.br/6938.html ACESSO EM:06/01/2015
[12] Eurípedes p.31
[13] A crença de que a segunda
vinda iria ocorrer após um milênio de paz e prosperidade para a igreja, sendo o
mesmo implantado através dos esforços da própria igreja, auxiliada por Deus.
[14] ATÉ QUE ELE VENHA: A
EXPECTATIVA DO FIM NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
Alderi Souza de Matos. Disponível em:
http://www.mackenzie.br/6938.html acesso em: 06/01/2015
[15] Hoekema, 2012 p.194
[16] Grudem, 1999 p.964
BIBLIOGRAFIA
·
A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por
João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri – SP:
SBB, 1993.
·
ALMEIDA, Abraão. As visões proféticas de Daniel/
Abraão de Almeida: São Paulo – CPAD, versão em PDF. Baixado em 15/12/2014
·
BERKOF, Louis. Teologia Sistemática de Louis
Berkof: Tradução de Odayr Olivetti – São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
·
Conceição, Eurípedes da. Escatologia, uma análise introdutória.
Apostila destinada aos alunos do STPRJ disponível em: WWW. Monergismo.com.
acesso em 06/01/2015
·
·
FERREIRA, Franklin. Curso Vida Nova de Teologia
Básica: Teologia Sistemática/ Franklin Ferreira – São Paulo: Vida Nova, 2013
·
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática/Wayne
Grudem. – São Paulo: Vida Nova, 1999.
·
HOEKEMA, Anthony A. A
Bíblia e o futuro/ Anthony A Hoekema: Tradução de Karl H. Kepler. - São Paulo:
Cultura Cristã, 2012bb.
·
HENDRIKSEN, William. A Vida Futura
segundo a Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 1988
·
HODGE, Charles. Teologia Sistemática Charles
Hodge: tradução de Valter Martins – São Paulo: Hagnos, 2001.
·
Matos, Alderi Souza de. ATÉ QUE ELE VENHA: A
EXPECTATIVA DO FIM NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO/ Alderi Souza de Matos. Fonte:
disponível em : http://www.mackenzie.br/6938.html acesso em:06/01/2015
·
SHEED, Russel. A escatologia do novo testamento/
Russel Sheed: São Paulo – Vida Nova, 1999
Doutrina 24/04/14
2.1 DEPRAVAÇÃO TOTAL Rm.6:16,17
a. “incapacidade total de
livrar-se por si mesmo, da escravidão do pecado” (Spencer 2000, pg.31)
(Gn.6:5;
Jr.17:9; Jo. 8:34; II Tm.2:24-26; Rm.6:16,17)
Somos incapazes de nos livrar do pecado por conta própria,
porque não há nenhuma parte de nós que não tenha sido infectada pelo pecado (Rm.5:8)
Se procurarmos mudar esta verdade, estaremos afirmando que o
soberano amor de Deus pelos pecadores está condicionado a disposição do homem
em amar a Deus. Ao fazer uma análise em nós, Deus não encontra nenhuma parte
em nós que não tenha sido infectada pelo pecado. Rm.3:10-13
b. O que dizer destes textos
Ø (Jo.3:16; At.2:38; 16:31; Rm10:9; I Jo 3:23; etc.).
Os textos acima se referem à responsabilidade do homem
em crer em Deus, e à sua responsabilidade no caso de não crerem. Ou
seja, o homem não perdeu completamente seu senso de Deus nem do que é certo
e errado. Vejamos alguns exemplos da responsabilidade dos homens e da
soberania de Deus. (I Rs.22:13-28; At.27:21-44).
A SOBERANIA DE DEUS E
A RESPONSABILIDADE DO HOMEM
Rm.9:1-33
Os capítulos 9-11 são escritos para dar resposta a algumas
perguntas com relação às promessas de Deus haja vista o que Paulo
ensinava.
I. A SOBERANIA NÃO EXTINGUE A
RESPONSABILIDADE.
1. Se Paulo é enviado de Deus porque
os israelitas não ouvem a sua mensagem? (v1-6)
Paulo
responde apontando para a soberania de Deus e para a responsabilidade do homem (v2,3).
a. Não posso ser anátema, pois sou eleito (v3)
b. Sinto profundamente por não crerem (v3)
c. Este meu sentimento não é mentiroso (v1)
2. Paulo os reconhece como herdeiros
legítimos da promessa (v4-6)
a. Adoção
b. A glória
c. As alianças
d. A legislação
e. O culto
f. As promessas
g. Os patriarcas
h. O Cristo
Mas,
ainda assim precisam se arrepender (3:10-12; 1:16). Então a pergunta é: as
promessas falharam?
II. A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHA. (v6-19)
a. As promessas devem ser interpretadas na ótica de Deus. (6-13)
V6 “[...] nem todos
os de Iarael são, de fato, israelitas”
As promessas se cumpriram nos filhos da promessa (v8) e
estes são os que Deus elegeu segundo sua soberana vontade (v11-13)
Augustus Nicodemos observa que de certa forma o
fracasso de Israel é a soberania de Deus (v15, 16). Por outro lado seu
fracasso é atribuído a quebra da lei (cap.2:17-24).
Ainda observa o Dr. Augustus “a misericórdia não é algo
que merecemos e sim que Deus soberanamente nos concede”
b. A misericórdia de Deus é livre. (v14-18)
Isto
não é injusto da parte de Deus haja vista que todos estão perdidos (3:23;
6:23). E só crerão segundo a ação soberana do Espírito de Deus.
III. A SOBERANIA DE DEUS DEFINE O
DESTINO DO HOMEM.
a. Destina os vasos de
ira para a perdição (v19-22)
Há vasos para honra e para desonra. Vasos de ira e de
misericórdia. Os vasos de ira são para a perdição (Rm.2:5)
“Mas, segundo a tua
dureza de coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e
da revelação dos justos juízos de Deus”
Esta é a vontade de Deus e isto ocorre porque tais homens
não são alcançados pela misericórdia e de livre vontade “tropeçam na pedra de
tropeço” (v31,32).
b. Destina os vasos de misericórdia para a salvação. (v23)
Estes vasos de misericórdia não estão apenas na nação de
Israel, mas são todos os que dependem da graça adquirida pela fé (v24,30,33).
Conclusão: As promessas de Deus não falham. Elas alcançam
com vida apenas aqueles que devem ser alcançados para a vida. E destina a morte
os que estão destinados para a morte. Nossa responsabilidade diante disto é
entender que estando esta decisão oculta em Deus sendo revelada apenas aos que
crêem sejamos instrumentos da proclamação da boa nova a todos os homens.
2.2.
RESPONSABILIDADE DO HOMEM.
Observamos alguns textos que se referem à responsabilidade do
homem em crer (Jo.3:16; At.2:38; 16:31; Rm10:9; I Jo 3:23; etc.). Um texto
que merece nossa consideração quanto à responsabilidade do homem encontra-se em
(At.4:26-28).
Observe-se que o ato da crucificação foi predeterminado por Deus (v28).
No entanto, isto não isentou os que praticaram tal ato (2:23) haja vista que
Deus não os forçou a praticar este ato, pelo contrário praticaram de livre e
espontânea vontade
“[...] vós o matastes,
crucificando-o por mãos de iníquos” [1]
Isto é
responsabilidade do homem. Da mesma forma ocorre com respeito à salvação. Deus elege o homem, mas esta
eleição não ocorre de forma fatalista. Nossa resposta ao evangelho é
real e não robótica (Ez.33:11; Ap.22:17; Jo.5:40; Mt.23:37). Pode-se perceber
neste fato que a ação de Deus no homem o possibilita a dar esta resposta
positiva a Deus (At.18:9-11). No texto de Atos Paulo não sabe quem são os eleitos,
nem mesmo deixou de pregar achando que estes eleitos seriam salvos de qualquer forma
(com sua pregação ou independente dela).
At.18:11 “E ali permaneceu um ano e seis
meses, ensinando entre eles a palavra de Deus”
Estamos plenamente certos de que o salvo só pode receber graça
salvífica depois de estar convicto de seus pecados, e por assim dizer de sua responsabilidade
de crer em Deus (I Ts.1:3-5; Jo.16:8-11; 6:44; At.2:21,38; etc.). No entanto isto
só será possível através da ação soberana de Deus (Rm. 8:28-30; 9:11-13; 11:7; Jo.6:44;
Ef.1:4,5,11; etc.).
1.
Modéstia x Legalismo
(I Co.8:1-13)
Temos visto e ouvido constantes escândalos que ocorrem no
meio evangélico. Casos que escandalizam e levam diversas pessoas a
decepcionarem-se com os líderes e irmãos que outrora eram exemplos de vida
cristã. A pergunta que nos vem à mente é a seguinte: porque estes fatos
ocorrem? Porque Deus não poupa sua igreja? O que devemos fazer pra não
incorrermos no mesmo erro?
Não podemos afirmar que todos os que caem em pecado estão
desprovidos de modéstia (não afirmamos que o motivo da queda foi a soberba), no
entanto afirmamos que em alguns casos este é o motivo do fracasso. Salientamos
neste estudo que a modéstia é de suma importância na vida cristã e no
crescimento espiritual, e a fim de encontrar respostas para as perguntas acima
citadas, vamos estudar sobre a modéstia cristã abordando alguns aspectos específicos
desta vida. Vejamos.
1.1 Definições.
a) Modéstia.
Modéstia é o princípio que nos molda a um comportamento
bíblico. É sinônimo de decência, compostura e ordem. (I Tm. 2:9; 3:2) como povo de Deus fomos
separados por Ele como “nação Santa povo de propriedade exclusiva de Deus...”
como tais devemos
proceder de forma diferente do mundo. (I Pe.1:14-15;
Ef.5:11.12; I Cor.5:11; Fp.1:10; 2 Ts.3:6,7; Rm.12:1,2; Gl.6:14;
2 Tm.2:4; 1Jo.2:15). A Sagrada escritura nos afirma que fomos chamados para
viver para a glória de Deus (I Co. 10:31; Cl.3:17,23; 1 Co. 8:9-13;
etc.).
b) Legalismo
É uma atitude carnal que
leva o indivíduo a viver segundo um rigoroso princípio de vida estabelecido por
regras que o levam a exaltar-se sobre os seus semelhantes adquirindo glória
para si mesmo por ser capaz de viver sob aquele sistema.
Os
resultados são semelhantes à verdadeira vida modesta de um cristão,
no entanto, “estes resultados externos são na melhor das hipóteses falsificações
e não podem jamais aproximar-se da santificação genuína” (Herrera, 2006). Para alguém legalista a vida
cristã é constituída de dor, inflexibilidade, imposições e muito sofrimento. O
apóstolo Paulo combate este tipo de atitude Gl.3:3. (a ideia é de
realização o verbo grego “epiteleõ” utilizado aqui aparece também em
II Co.7:1; Fp.1:6; II Co.8:6,11; o tempo presente do verbo indica literalmente um processo)
Bom, observando estas definições chegamos à conclusão de que
na igreja lidamos com dois grupos distintos: os escandalizáveis e os
escandalizadores. Para resolver o problema existente entre ambos precisamos ser
modestos. Mas antes devo definir estes dois grupos.
c) Os escandalizáveis
Para estes tudo é motivo de escândalo.
Causam um sério problema no que diz respeito à unidade ao bom relacionamento
entre os irmãos. O
apóstolo Paulo trata este grupo como “fracos de consciência” ou fracos na fé
(v7, 12). Nos versos 10,11, ele afirma que estes irmãos são facilmente
induzidos ao erro (ao pecado) e que podem perecer por conta dos escândalos.
d) Os escandalizadores
Não estão nem um pouco preocupado
com o bem estar do próximo. No entanto, não deve ser este o comportamento do
irmão que se acha forte (v8, 9). Nossas atitudes não devem servir de escândalo
para o fraco na fé servindo até de pretexto para que retorne a sua prática
pagã.
Obs. Os cristãos de Corinto em sua
maioria vieram do paganismo onde os altares aos ídolos eram comuns. Nestes
altares muitos animais eram sacrificados e depois a carne era vendida no
mercado.
2ª Obs. Às vezes os que se dizem fortes
são mais fracos do que admitem ser. Sua atitude de não respeitar o próximo é
uma forma de demonstrar que estão escandalizados por conta da fraqueza do
outro.
Como servos de Deus precisamos
moldar-nos a vontade de Deus exposta em sua Palavra sem causar problemas para
nosso próximo. Precisamos afastar de nós toda e qualquer forma de soberba e escândalo.
e) Escândalo.
Tanto no A.T. como no N.T. a palavra
escândalo significa armadilha, cilada, tropeços. No A.T. o povo de Deus foi influenciado pelos
costumes das nações vizinhas e isto causou tropeço e transtorno a nação
de Israel (Ex.32:35; Ez.16:13-15; 20: 30,31; etc.). No N.T. também somos chamados a não andar
segundo o conceito do mundo (I Tm.2:9,10; I Pe.3: 1-5; 2 Pe.2:20-22). Assim,
devemos ser fieis ao Senhor em tudo inclusive no trato com os demais irmãos. (Rm.15:2,3a).
Nossa liberdade não deve ser tropeço para outrem. Respeite o bem
estar do próximo. (I Co. 8:1-13)
Obs. É lógico que mesmo seguindo o
conceito bíblico haverá quem se escandalize conosco (Mt. 15:12-14) Como
explicar Rm.14:22?
1. Conf. Rm.15:2 nossa própria opinião deve se manter apenas em
relação ao que não é doutrinário. Lembremo-nos que a autoridade máxima é a
Bíblia (I Tm.3:16,17). A cultura (os costumes de um povo) devem ser respeitadas
desde que não firam a Santa e Sagrada Escritura assim:
2. Rm.14:5,22 tem como base o amor Rm.13:8-10
3. Antes de falar de usos e costumes o apóstolo fala do amor
(Rm.13:8-14) no caso dos coríntios o princípio é o mesmo (I Co.8:1; conf.
Cl.3:14).
1.1.1 Defina-se
Como
cristãos precisamos nos definir quanto ao que somos não podemos viver um
cristianismo nominal. (Dt.7:6; 26:19; I Sm.12:22; 29;11; Tt.2:14;
Hb.8:10; I Pe.2:9; Ap.21:3) se nascemos de novo, somos separados para posse e
serviço de Deus.
1.1.2 os imaturos
devem amadurecer
Há
crentes na igreja que mesmo sendo antigos na fé se escandalizam com tudo, e
assim vivem a tolher a liberdade dos outros. Precisamos crescer espiritualmente
e amadurecer (Cl.1:9,10; II Pe.3:17,18; Ef.4:15).
1.1.3 os neófitos
precisam ser ensinados
Precisamos ter
paciência com estes que são bebê na fé. Não podemos exigir mudanças dos mesmos
sem base bíblica, deve-se cuidar dos neófitos com carinho (Gl.4:19;
Ez.34:1-5)
1.1.4 Os que se
acham maduros ou fortes devem analisar seu comportamento e sua confissão a luz
da Sagrada Escritura.
Mt.7:21-23
Segundo o Reverendo
Manuel Marreiro (2011 pg.46,47) confissão sem ação é sinônimo de cristão
nominal. Embora esta confissão possa apresentar os aspectos de uma confissão
verdadeira será rejeitada por Deus: analisemos os aspectos desta confissão.
1-
Confissão respeitosa – Exalta
Jesus como Senhor
2-
Confissão ortodoxa – A
palavra Senhor é um título divino
3-
Confissão fervorosa – A
frase “Senhor, Senhor” indica o fervor em sua confissão, ou seja: indica zelo e
devoção
4-
Confissão pública – “é
uma confissão de fé que chega a ser espetacular”[1]
haja vista que leva os que confessam a profetizar em público, expelir demônios
e realizar milagres.
No entanto, a
confissão ficou apenas em palavras divorciada das ações e isto os levou a serem
rejeitados pelo Senhor (Mt.7:23).
Conclusão:
1. Evitemos a piedade formal. (Rm. 2: 28,29; II Tm.3:15) a piedade
formal “tem forma mas não tem conteúdo” (Tg. 2: 14-26)
2. Fuja da banalização do sagrado. (Mc.7:1-23
3. Rejeite o pragmatismo. “o pragmatismo relativiza a verdade em
detrimento do que funciona”[2]
[1]
Manuel marreiro 2011 pg.48
[2]
Ibid.pg.49
1.2 Modéstia cristã do corpo
1.2.1 Os adornos
e o pudor sexual no vestir.
I Tm. 2:9,10; I Pe. 3:3-6
I Timóteo 2.9-10
diz: ... que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom
senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário
dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser
piedosas).
I Pedro 3.3-6
declara: Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de
cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior
do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de
grande valor diante de Deus. Pois foi assim, também, que a si mesmas se
ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas
a seus próprio maridos, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe
senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo
perturbação alguma.
Qual devem ser o adorno e modo de se vestir das mulheres
cristãs? Ou melhor, deve as mulheres cristãs na igreja contemporânea usar
enfeites, cosméticos, jóias, maquiagem, penteados diferentes do seu original
(frisado de cabelos, alisamento, escovinha e etc.) roupas decotadas, saias
curtas, roupas coladas? O que a Bíblia realmente ensina sobre tais assuntos, e
quais são os adornos que são permitidos a mulher contemporânea é o que vamos
tratar neste estudo, isto se tais adornos forem permitidos biblicamente.
a) Delimitação do assunto.
Devo em primeiro lugar salientar
que existem muitas áreas que podem ser abordadas a luz deste tema. No entanto,
em sua maioria tais áreas, só serão bem compreendidas, se forem observadas
dentro de seu próprio contexto. Assim, quero apresentar o assunto que de fato
vamos estudar a luz destes textos.
b)
Os adornos e o pudor sexual no vestir.
Devo lembrar que o tema é relevante
por que diz respeito ao princípio moral estabelecido pela Sagrada Escritura. Evitaremos neste estudo nos
posicionar quanto à
questão de gosto (cores, estampas, combinações, etc), “porque Isto está no
campo da Liberdade Cristã.” (Rev. David Silversides. 2009.pg.1), não lidaremos
com a questão de gênero (Roupa masculina ou feminina). Limitar-nos-emos ao pudor do vestiário feminino e
seus adornos. Permita-me então explicar por que:
1º. Por observar o que foi dito por
Jesus. Mt. 5:27, 28
“Ouvistes que foi dito aos antigos:
Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa
mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela”. (Conf.
Jó.31:1)
Se olhar para uma mulher com
intenção impura é pecado, não
será pecado da parte da mulher provocar este olhar com intenção impura?
Observemos que o homem é atraído por aquilo que vê diferente da mulher que é
atraída por uma junção de fatores.
2º. A fim de chegar a uma
interpretação correta dos textos acima citados. ITm. 2:9,10; I Pe.3:3-6.
c) Necessidade de conhecer o assunto de forma clara.
Em assuntos como este, na maioria
das vezes as pessoas se utilizam de textos como Rm.14:12, 22,23 para
respaldarem suas ações. Mas, o que de
fato a Bíblia afirma sobre o assunto em pauta. Existe muito mal entendido com relação aos
direitos e valor da mulher por parte de vários líderes e denominações, e
é fato que esta falta de reconhecimento do verdadeiro valor da mulher atrelado
a estes e outros textos, tem
si estendido de forma tão grosseira dentro das igrejas a ponto de podar-lhes em
algumas destas, toda forma de adorno (ITm. 2:9,10; I Pe.3:3-6; II Rs.9:30; Pv.7:10;
Is.3:16-23). Outros têm
chegado à conclusão de que esses versos eram condicionados a um tempo que já
passou e portanto não se aplicam aos dias de hoje, daí, a margem para
todo tipo de adorno. Minha proposta para resolvermos este impasse é buscar
chegar ao conhecimento real dos textos.
1. Contexto histórico.
Este mergulho na história nos fará
perceber quais eram as tendências de cada época, e como os cristãos se
comportavam diante das mesmas.
1º. Os pais da igreja.
Nesta época a
tendência era Judaica, e os Pais da Igreja não se desviaram da opinião judaica
a respeito de mulheres, prevalecente no período apostólico. Filo de Alexandria, um
contemporâneo de Paulo e Pedro, declarou:
…a fêmea é imperfeita, sujeita vista mais como o parceiro passivo do que
o ativo. E já que os elementos dos quais consistem a nossa alma são dois – a
parte racional e a parte irracional – a parte racional pertence ao sexo
masculino, sendo a herança de intelecto e razão; mas a parte irracional
pertence ao sexo feminino, e também os sentidos externos. E a mente é em cada
respeito superior ao sentido externo, como é o homem à mulher. (Filo,op.cit. Portela 2013,pg.3).
2º O período Patrístico
Não existe registro
de como os lideres das igrejas que receberam as cartas de Paulo e Pedro
interpretaram e aplicaram as suas palavras nos textos já mencionados. Mas os
Pais da Igreja dos séculos subseqüentes tornaram-se totalmente contrários ao
uso do adorno feminino. Tertuliano (160-220 d.C) reclamou sobre as mocinhas:
Elas consultam o espelho para ajudar
a sua beleza, gastam a pele do rosto de tanto lavar, tentando tornar o mesmo
sedutor com cosméticos, arrogantemente jogam uma capa por cima dos ombros,
colocam seus apertados sapatinhos multiformes e levam bem mais acessórios
quando vão ao banho (Tertuliano. Op.cit. Portela 2013,pg.3)
Cipriano (c. 250 DC)
ensinou que “os adornos e as roupas vistosas e as seduções da beleza
pertencem apenas a prostitutas e mulheres desenvergonhadas, e a vestimenta mais
cara acompanha aquela cuja modéstia é a mais barata.”
Jerônimo (340-420
DC) perguntou:
“Qual o lugar de
ruge e chumbo branco no rosto de uma senhora crista?… Servem apenas para
inflamar as paixões dos homens jovens, para estimular a lascívia e para indicar
uma mente impura.” Eram homens de peso na história da igreja cristã — mas
quase todos com tendências ascéticas.[1]
A Ásia foi a parte mais próspera do
império romano. Lá estavam os homens mais ricos e prósperos com suas esposas e
família, “gozavam de um passado e presente cultural do mais alto nível. Para
dizer a verdade, esse não seria igualado novamente no mundo ocidental até a
renascença européia dos séculos XV e XVI”[2].
Foi àquela comunidade que estava sendo pastoreada por Timóteo quando Paulo
escreveu-lhe esta carta. Da mesma forma que Pedro escreve a igreja da Ásia
orientando tal igreja como proceder. (I Pe.1.1; I Tm.1:1-3)[3].
2. O impacto do evangelho
Nessa província
havia mulheres de todas as raças e culturas, mulheres ricas e pobres, de vários
credos. O cristianismo estava causando grande impacto naquela região como em
várias outras “A pregação
dos apóstolos significava uma mudança de vida tão radical que eles foram
acusados de estarem transtornando o mundo, enquanto estavam na Grécia (At
17.6).”[4] não havia barreira entre as
pessoas que compunham a igreja estavam juntas as analfabetas, letradas,
escravas, servas, donas de casa, artesãs, esposas de comerciantes, as ex-prostitutas
lado a lado para adorar ao mesmo Deus e para aprender como agradá-lo (Ef.2:14-16; Cl.3:9-11).
Mas, é ai que surgi o problema. Por conta da liberdade que agora estavam
gozando algumas dessas mulheres se adornavam para o culto como se adornavam
anteriormente para suas reuniões sociais. Outro fato é que as mais pobres
estavam passando por apuros por não poderem acompanhar o mesmo estilo de vida
das demais, daí os grupos começam a serem formados. Então os apóstolos orientam
como devem proceder “[...] às mulheres que professam ser piedosas” (I
Tm.3:10)
3. A quem pertence à culpa?
Por incrível que pareça qualquer falha em
mulheres Cristãs nesta questão, deve ser vista também, como uma possível falha
dos maridos e pais Cristãos. Os homens não devem ser
covardes, eles devem liderar e governar suas próprias casas. (Gn.3:16;
Ef.5:22-25). Alguns maridos não se importam com a forma de vestir das
esposas porque nada sentem por elas e imaginam que outros homens também agirão
da mesma forma. Ou, pecam por não assumirem o controle da sua casa e mostrarem
pra família como devem se comportar. No caso das filhas os pais mimam tanto que
acham que a garotinha ainda não cresceu mesmo sendo uma linda mulher.
Algo mais que deve ser observado é o fato
de que os homens não podem usar como desculpas a falta de pudor feminino no
vestir para desejarem a mulher que não é sua esposa. Agindo assim ele peca. “A responsabilidade da mulher é
limitada. Uma mulher não é responsável por prevenir toda a luxúria masculina,
nem isto lhe é exigido, porém, apenas assegura que ela não provoque ou estimule
esta luxúria.”[5]
Nosso desejo neste estudo não é
constranger pessoas nem mesmo apontar culpados, desejo apontar alguns
princípios que entendo serem capazes de nos ajudar em nosso comportamento
cristão.
d) Princípios orientadores.
1. Vista-se de forma
honesta.
Em, 1Timóteo 2:9 diz:
... que as
mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com
cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com
boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas).
Vestir-se em “traje descente
ou honesto”, “modéstia e com pudor” traz a ideia de que esta é a forma adequada,
para que as mulheres adotem. Ou seja, na sua forma de vestir use de sobriedade, moderação ou
restrição. A segunda parte do verso fala a respeito dos adornos chamando
a atenção para o fato de que o centro do culto deve ser Deus. I Tm.2:9
“[...] não
com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém
com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas). Quem não é levado a
observar alguém que esta em um lugar chamando a atenção com seus brilhos ou
mesmo por sua falta de pudor? Podemos dizer, entretanto, que se uma roupa falha em não
realizar a sua função básica de cobrir, então, tais formas de se vestir, ainda
que sejam elegantes, devem ser rejeitadas.
Dentro do contexto
hodierno percebemos que há uma maquiagem ou toda uma estratégia para que se
possa mostrar o corpo. As roupas coladas que desenham as linhas do corpo são
como que pinturas imaginárias em cima do que é real e não são de forma nenhuma
modestas ou aprovadas pela Bíblia. Daí a próxima questão é o que deve ser
mostrado e quantos milímetros devem ser mostrados.
2. Guarde-se da exposição
indevida.
Algumas
pessoas questionam quanto ao tamanho do decote, do corte da saia e assim por
diante. O Rev.David Silversides diz o seguinte:
Não é uma questão de quantos
milímetros estão expostas as partes do seu corpo. Pelo contrário, é uma questão
de que parte está sendo exposta. Observa-se várias formas; um pouco de decote,
um pouco da barriga à mostra, uma fenda na saia, mostrando um pouco das pernas,
expondo uma porção do que deveria se cobrir totalmente. Não adianta dizer: “Mas
é só um pouco.” Tais partes do corpo devem estar cobertas. A exposição limitada
é sedutora para os homens. Se você não acredita nisso, pergunte ao seu marido,
pai ou irmão que são Cristãos. Se ele for um homem honesto, ele vai te dizer. (2009.Pg.7)
Salomão em Pv.5:18-21 mostra a quem
deve ser exposta as partes íntimas do nosso corpo. Somente ao nosso cônjuge
devem ser expostos os
seios, a barriga e as pernas. A roupa deve cobri-los, estando a mulher em pé,
sentada ou abaixando-se para pegar algo no chão. Não adianta dizer: “Mas
é só um pouco.” Tais partes do corpo devem estar cobertas. “A exposição
limitada é sedutora para os homens. Se você não acredita nisso, pergunte ao seu
marido, pai ou irmão que são Cristãos. Se ele for um homem honesto, ele vai te
dizer.”[6]
e) Elementos que constituem a imodéstia no vestir
1.
Nível inadequado de
exposição do corpo.
a) Mini-roupas.
A mini-saia apareceu
na década de sessenta e sua inventora, Mary Quant, disse o seguinte: “Foi com o
propósito de tornar o sexo mais disponível na parte da tarde”. As minissaias
foram projetadas para serem imodestas e para tentarem os homens.
Em, Isaías 47:2,3,
temos a Babilônia retratada como uma mulher sendo exposta involuntariamente:
“Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, descalça os pés, descobre afinal
as pernas e passa os rios. A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu
opróbrio; tomarei vingança, e não pouparei a homem algum.” No verso 2,
retrata-se a Babilônia, como acostumada a uma vida de luxúria, tal qual, uma
rainha, porém, repentinamente, torna-se uma serva, tendo que atravessar os rios para pegar a mó,
e, ao fazer isso, ela expõe suas pernas, levantando a saia. O verso 3 descreve,
ainda mais, a sua total desgraça, sendo despida. No mínimo, o verso 2 quer
deixar claro que, mostrar as pernas, era uma desgraça, mesmo que, seja em caso
de necessidade, pois trata-se de uma parte do corpo que, normalmente, é
coberta. Enquanto que, ao usar minissaia, se faz isso, totalmente, por
escolha. Qualquer homem, vai te dizer
que, a minissaia, que foi feita para promover a lascívia, faz, exatamente,
isso.
2. Os decotes.
Outra parte do corpo
que, também é comum ser mostrada, são os seios. Eles são referidos no contexto
da fidelidade do marido à sua esposa (Pv. 5:19).
A exposição dos
seios é prevista como algo legítimo apenas entre o marido e sua esposa, caso
contrário, eles devem ser cobertos na presença de outros homens. Podemos
concluir com segurança que o corpo da mulher, dos seios até as suas pernas,
deve estar completamente coberto em todas as circunstâncias normais, na
presença de homens, exceto para seu marido se, ela for casada.
3.
Compreensão equivocada da
doutrina.
a)
Vestir-se modestamente não é vestir-se fora da moda.
Não
desejamos impor o pseudo ou neo-puritanismo à igreja, nem desejamos que as
pessoas se vistam tal qual aqueles que viveram no século XVI. Existe diferença entre,
vestir-se com elegância e vestir-se sexualmente provocante. Essa
distinção tem sido tão esquecida que, muitas mulheres modernas de qualquer
idade, especialmente as não-cristãs, não estão sequer cientes que, tal
distinção existe. É, realmente, simples assim. Melhor ser singular e modesto do
que ser contemporâneo e imodesto. Melhor parecer incomum do que ser normalmente
pecaminoso (Rm. 8:5-9; 12:2; Gl.5:116-18).
f) Vestir-se modestamente exclui apenas a lascívia.
Há por parte de alguns o receio de não
chamarem a atenção do sexo oposto se não estiverem expondo partes de seus
corpos. Isto é um erro. Se alguém é atraído por outrem apenas pelo desejo
lascivo, dificilmente após o casamento este individuo permanece fiel. Pois, um homem que é lascivo
antes de se casar, vai continuar lascivo depois de casado. Não é a nudez
que determina se a mulher será uma boa esposa e vice versa.
Dificilmente um homem piedoso desejará casar-se com uma
mulher que não seja piedosa. (II Co.6:14-7:1) Ele irá ponderar se você é
alguém sério em seguir a Cristo e, ainda, se você vai se vestir assim depois de
casada. Então, não há vantagem alguma para uma mulher cristã vestir-se
imodestamente.
Conclusão.
O propósito não é trazer vergonha, mas trazer aquilo que
todos nós deveríamos saber – não apenas nossas mulheres, mas também pais e
maridos – como ordenar esta parte da vida de tal maneira que honre ao Salvador.
Esperamos agora, se não antes, que o vestir é uma área de
submissão a Cristo. Mulheres cristãs precisam de uma mentalidade de modéstia
piedosa em seus pensamentos, trazendo à consciência de que, elas não podem se
dar o luxo de apenas, impensadamente, seguir cada moda que este mundo propõe. A
glória de Deus deve ser levada em consideração na decisão de como se vestir.
Isto é o que precisamos, não é?
g) A aprovação implícita de adornos na bíblia
I Tm. 2:9,10; I Pe.
3:3-6
Observando os textos
que colocamos como base do nosso estudo, posso perceber que de fato há má
interpretação dos tais. Desta forma, procuraremos explicar de forma correta o
assunto dos textos de acordo com sua interpretação.
1. Expressão idiomática.
As expressões idiomáticas são formas
peculiares da fala de um povo entendidas por este povo e que não há tradução.
Expl. Apanhamos alguém no flagra fazendo
algo errado e dizemos: “tá bonito!” na realidade queremos dizer que está feio,
que está errado; contemplamos algo belo e logo dizemos “é o feio!” etc.
Em muitas ocasiões os escritores da
Bíblia usaram estas expressões, o que para os seus leitores originais eram compreensivas.
Gn.45:8; conf. v4
Lc.4:12; conf. Lc.7:36;
Jo.12:2; Jo.6:27; Gl.6:10; Jo.11:4; conf.v14
Quando a Sagrada Escritura foi traduzida os tradutores não se
preocuparam em traduzir estas expressões idiomáticas por entenderem que os
leitores originais saberiam lidar com as mesmas com bom senso.
Expl. Sl.51:16,17,19
16- Pois não te comprazes em meros sacrifícios, do contrário eu tos
daria; e não te agradas meramente de
holocaustos.
17- Sacrifícios muito mais agradáveis a Deus são o espírito
quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus.
19-Então te agradarás dos sacrifícios
de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; e sobre o teu altar se
oferecerão novilhos.
“Davi estava ciente de que, naquela hora, "Deus não
poderia se agradar de meros sacrifícios externos — das ofertas de sangue em si,
desacompanhadas da expressão de penitência genuína.” (Barnes op.cit. Portela
pg.11)
2. A contextualização dos textos em seu contexto maior.
Nos textos de I Tm e I Pe. Devem ser vistas e respeitadas
as expressões idiomáticas haja vista existirem. E como sabemos disso? Os
demais ensinos de Paulo e de Pedro não respaldam a proibição absoluta de
adornos (I Tm. 4;1-4; Rm.14;1-11; ICo.10:31)
No A.T.
Deus não proibiu o uso de jóias. (Gn 24.22,47,53; Ex 12.35; Ex 35.22,
23; 28.17-20; Js 22.8; Pv.31:21,22; Is.61:10) embora as passagens apresentadas aqui sejam apenas
descritivas (comparativas) e não prescritivas, Deus não proíbe em nenhuma delas
o uso de adornos. Assim, cremos que o que esta sendo afirmado por
Timóteo e por Pedro é que não se use o exagero. Cl.2:20
Quanto ao que diz
Pedro, é interessante
observar que o conselho sobre o exagero no adorno das esposas faz parte duma
exortação sobre como "ganhar o seu marido descrente para Cristo." Ele
começou dizendo (1 Pe 3.1-2):
Mulheres, sede vós, igualmente,
submissas a vossos próprios maridos, para que, se alguns deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma, por
meio do procedimento
de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor.
Para muitas mulheres gentias, convivendo com a realidade da
época em que era comum e aceito um homem ter uma amante e freqüentar casas de
prostituição,60 Pedro
estava abrindo (e não diminuindo) o leque de possibilidades para elas ganharem
os seus maridos, não somente para Cristo, mas também para si. Por esta
razão diz que:
“o adorno não seja apenas exterior” I Pe.3:3.
Um modo de agir diferente poderia atrair os esposos a Cristo
e a nova vida que agora estavam vivendo. Pedro esta aconselhando a terem um espírito manso e tranqüilo no
seu lidar diário com esses homens.
Conclusão.
Não podemos ter a nossa mente voltada unicamente ao que agrada nosso
ego, as passagens observadas não proíbem uso de roupas modernas nem de
ornamentos, desde que sejam usados com modéstia. Entendo que precisamos levar em consideração
as vidas que perecem sem Cristo enquanto nós estamos mais preocupados com a
nossa estética. Academias estão lotadas enquanto igrejas estão vazias,
cresce a cada ano o investimento em beleza externa por parte dos cristãos
enquanto o investimento em missões é mínimo. Meu conselho é que nossa geração haja de forma diferente
e coerente. Isto só será possível se formos modestos.
1.2.2.
O corte de cabelos
Nm. 6:1-8; I Co.11:
1-10
1. O voto do nazireado.
Este voto foi instituído pelo próprio Deus
(Nm.6:1) e consistia de abstinência de algumas coisas.
Ø
Beber vinho ou bebida forte
(Nm.6:3)
Ø
Comer de qualquer coisa que
fosse produzida com uva (nm.6:4)
Ø Cortar o
cabelo (v5)
Ø
Aproximar-se de um cadáver
(mesmo que fosse dos pais ou outros parentes) (v6,7
Isto posto observamos que seria
injusto ou até indigno da parte de Deus permitir um voto que redunde em pecado.
Pois se o nazireu não pode cortar o cabelo e os homens podem fazer o voto do
nazireado como explicar o que diz Paulo aos corintos:
ICo.
11:14 “ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem ter
cabelo crescido”
A primeira observação deve ser com
relação a esta natureza expressa no v14. Se o apóstolo fala da natureza eterna, e não cultural,
ao ensinar que os cabelos dos homens não podem e nem devem ser longos, ele
estaria indo de encontro ao que Deus permitiu. (Nm.6:2). Se Paulo se refere a algo espiritual em I
Coríntios 11:14 os nazireus seriam um grupo que colocaria a palavra do Senhor
dita a Moisés em descrédito.
A questão dos cabelos longos para
mulheres e curtos para os homens é meramente cultural. Paulo pede que esses
preceitos sejam respeitados apenas no contexto de Corinto. O que nos leva a
crer que como cristãos devemos ser modestos dentro de nosso próprio contexto.
Esta é a orientação de Paulo aos romanos (Rm.13:8-10; 14:1-8).
1.2.3
Tatuagem.
Dt.14:1,2;
Lv.19:26-28
É importante antes
de qualquer coisa ressaltar que a proibição explicita na Sagrada escritura no
que diz respeito a marcar o corpo tem haver com “santidade” (Lv.19:1,2; 20:26;
I Pe.1:16)
a) Implicações históricas.
O costume de marcar o corpo ocorre desde as antigas
civilizações.
Um corpo
congelado foi encontrado por turistas em solo italiano, na fronteira com a
Áustria, em 1991, e as medições arqueológicas indicam que data de 5300 a.C.,
isto é, do Neolítico. O Homem do Gelo tem linhas paralelas ao longo da região
lombar da coluna, uma cruz abaixo do joelho esquerdo, e faixas no tornozelo
direito. São tatuagens. [...] O corpo mais antigo do Mundo, achado intacto, é
tatuado; viva o Homem do Gelo! (O Brasil tatuado e outros mundos – Toni Marcos
pg.12)
Segundo historiadores como Marcos, nas ilhas
da Polinésia, no sul do Oceano Pacifico, havia tribos como dos Maoris* que usavam ossos pontiagudos
para tatuar o corpo inteiro, inclusive o rosto* – estes rituais de
transformação ocorriam quando menino passava a ser um guerreiro, ou quando a menina
se casava. No Brasil a
história da tatuagem moderna tem seus primórdios no século dezoito com a
chegada dos hippies e os surfistas no Rio de Janeiro.
b)
Implicações sociais.*
A
revista Galileu nº 86 afirma através de uma pesquisa que desde a década de
1950, os cirurgiões tentam amenizar a angústia de quem um dia afirmou não se
importar com o princípio social e familiar, e resolveu fazer uma bela tatuagem.
Estes depois de tê-las feitas sofreram o preconceito social e familiar e agora
se encontram arrependidos. No entanto, Um dos métodos mais avançados para se
remover a tatuagem, chamado PHOTODERM, “é um tratamento demorado e caro e o aparelho não representa a
solução definitiva, pois normalmente sobram vestígios de pigmentos na pele”.
Nesta mesma reportagem, a vice-presidente da CATHO, uma firma de consultoria em
recursos humanos especializada na recolocação de executivos, afirma: “Normalmente, as empresas adotam
os valores da sociedade, e de maneira geral, ainda rejeitam esses adereços”.
(Galileu, nº86)
c) Implicações religiosas.*
Segundo
a análise Bíblica, as tatuagens estavam ligadas a costumes pagãos (Lv.19:28) e
por esta razão foram condenadas. Dificilmente uma tatuagem é feita sem que haja um motivo. Geralmente,
ela sempre expressa algo.* O Pr. Antônio de Pádua observa que em uma
pesquisa a revista Galileu afirma o seguinte:
Além dos símbolos, o local usado também tem muito a dizer: *
Tronco –
denota capacidade de decidir;
Braços –
significa que o indivíduo está atravessando uma fase de lenta maturação;
Pernas – indica
pessoas infantis e pouco reflexivas. [7]
A reflexão
que devemos fazer diante do que foi exposto, continua no campo da modéstia.
Paulo afirma quando escreve aos Romanos 14:2, 22, 23 que aquele que se
condena no que faz não deve fazer. Assim, afirmo que aquele que faz uma
tatuagem não esta condenado ao fogo do inferno. No entanto, Paulo escrevendo
aos Gálatas este apóstolo afirma “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu
corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl.6:17). Daí, sou
levado a imaginar quais são estas marcas.
Uma
segunda coisa que a Bíblia nos mostra é que ao sermos unidos ao Senhor e nos
tornamos um com Ele, além disso, somos templo do Espírito Santo (I
Co.6:17-20).
Uma
terceira coisa que devemos entender é que geralmente a marca identifica o
proprietário (Ap.14:9, 10).
Segundo o texto Sagrado, os golpes e as
marcas no corpo tinham relações com rituais que envolviam a memória de mortos.
Perceba-se que as marcas que ficavam ou eram desenhadas no corpo, não eram apenas
enfeites, mas, identificavam a pessoa com algum ídolo pagão ou um ritual.
Assim, creio que é modesto não marcarmos nosso corpo com qualquer tipo de coisa
que não nos identifique com Cristo.
[1] Os
pontos 1º e 2º deste período histórico
foram copiados e adaptados de: Portela 2013
[2]
Ibid
[3] Eram o Templo de Ártemis em Éfeso, o Colosso
de Rodes e o Mausoléu de Halicarnasso. Funk & Wagnalls, V.
21, "Seven Wonders of the Ancient World," 270.
[4] Portela 2013 pg.8
[5]
Rev. David Silversides
[6]
Ibid.
[7] http://www.ibcilhasolteira.org.br
CINCO INGREDIENTES INDISPENSÁVEIS PARA A REALIZAÇÃO DA OBRA DE DEUS
1 - Visão
2 - Oração
3 -
Relacionamentos Firmes
4 - Estratégia
5 - Ação
1 - VISÃO
O ingrediente número um para que
a obra de Deus seja feita é a visão.
O arquiteto, antes de
construir, desenha planos - faz um projeto completo. Deus, antes da criação do
universo tinha um propósito eterno, uma clara e definida visão do que queria
construir para a eternidade. Ef 1:4-14.
Jesus, ao vir ao mundo,
antes de iniciar seu ministério, tinha uma clara visão do que vinha edificar.
A palavra que sintetiza a VISÃO DE DEUS e
do Senhor Jesus é a palavra IGREJA.
Cristo declarou: "...Eu
edificarei minha Igreja... " Mt 16:18
O QUE É A IGREJA?
Hoje, equivocadamente, se
chama Igreja a um edifício material onde as pessoas se reúnem para realizar um
culto ao Senhor. (Esses lugares não são nem igreja, nem templos, nem casas de
oração).
A
igreja é a comunidade de homens e mulheres que, reconhecendo a Cristo como
Senhor, têm nascido de novo e juntos formam o povo de Deus.
A) - AS TRÊS
CARACTERÍSTICAS DA IGREJA - Rm 8:28,29
- Qualidade - Ef 1:4; 3:16,17; 4:13:22-24ss; 5:25-27. -Unidade -Ef 1:9-10;
2:14-16; 3:6,7,18 e 19;4:1-6;1 3-16.
- Quantidade
- Ef 1:13; 2:11-13,17; 3:8,9; 6:18-20.
• Em João 17:
v. 15-17 - Qualidade-—>
"... Santifica-os..."
v. 21-23 - Unidade ---- > "...para que todos sejam um..."
v. 21 - Quantidade --> ".. .para que o mundo creia..."
QUALIDADE que produz UNIDADE que produz QUANTIDADE
• Em 1 Coríntios 3:
v. 12 - Qualidade---- > "... ouro, prata, pedras
preciosas ..."
v. 3-8 -Unidade ----- > (a falta de unidade revela
falta de qualidade) "...sois carnais..."
v. 10 - Quantidade —>
"...cada um veja como edifica..."
• Em Apocalipse 21:9-21:
Visão da Igreja, da
Esposa do Cordeiro: "...me mostrou a grande cidade santa... " (v.
10). Na descrição que segue da Igreja se pode ver as três características de
qualidade, unidade e quantidade.
B) - A COMUNIDADE QUE
DEUS SE PROPÔS LEVANTAR
De acordo com as Sagradas
Escrituras, Jesus Cristo quer levantar uma igreja gloriosa e santa, sem mancha, nem ruga ou coisa semelhante
(Ef 5:26,27); edificada com ouro, prata e pedras preciosas (1 Coríntios
3:11-15); até que todos cheguemos ... à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4:13). Em termos práticos isto
significa uma igreja integrada por famílias que vivem em paz e harmonia.
Maridos ternos, sábios, amáveis. Esposas submissas, de caráter afável e
aprazível. Filhos respeitosos e obedientes. Rapazes e moças que cheguem
virgens ao casamento. Anciões honráveis e venerados pelos mais jovens. Crianças
felizes criadas no amor e temor do Senhor. Homens
trabalhadores, responsáveis, diligentes e fiéis. Mulheres virtuosas, alegres,
cheias de boas obras. Um povo diferente, formado por discípulos que
aprendem a ser humildes, pacientes, mansos, justos, generosos, sinceros, bons,
felizes, honrados, íntegros. Discípulos cujo estilo de vida é amar, perdoar,
servir, confessar suas faltas, obedecer, cumprir, sujeitar-se às autoridades, pagar seus impostos, ser sempre verazes, confiar
em Deus, amar seu próximo, ajudar, compartilhar com os necessitados,
chorar com os que choram, alegrar-se com os que riem, ser um com os irmãos,
devolver bem por mal, sofrer as injustiças, dar graças sempre por tudo, vencer
a tentação, viver no gozo do Senhor, orar sem cessar, dar testemunho de Jesus
Cristo, ganhar outros para Cristo, fazer
discípulos, pôr seu dinheiro e seus bens a serviço dos irmãos, e sobre todas as
coisas, amar a Deus com todo o seu ser. Na medida em que progredimos em
qualidade, progrediremos em unidade. Porque a unidade é fruto da
qualidade, assim como a divisão é evidência de imaturidade e carnalidade (1
Coríntios 3:1-4). Os filhos de Deus como irmãos que somos, devemos formar uma
só família aqui na terra, a família de Deus.
Unicamente assim
devolveremos ao Evangelho sua plena credibilidade diante do mundo. "...Que
todos sejam um...para que o mundo creia... " (Jo 17:21).
C) - A VISÃO DA IGREJA É DERIVADA DA
VISÃO QUE SE TEM DE DEUS
DEUS É O
PROVEDOR. Ef.4:11,12 por esta razão a igreja deve
caminhar em qualidade.
DEUS
CONCEDE CRESCIMENTO. Ef.4:13-15. Este deve ser
observado no aspecto espiritual e material (aumento da membresia) 3:1-6; I Co.3:6,7
DEUS
PROMOVE A UNIDADE. Ef.4:16; Ef 1:16-18; 4:1-6; I Co.3:1-6.
CONCLUSÃO:
Devo concluir esta parte indagando:
1. Tenho a visão que Cristo deseja que tenhamos com
realção a igreja ou apenas um conceito da visão?
2. A visão produzirá em mim: TRANSFORMAÇÃO a ponto de viver a
visão?
3. Assumirei
um COMPROMISSO de viver esta visão a ponto
de tornar-me sacrifício vivo santo e agradavél a Deus a fim de que eu possa
oferecer-lhe meu culto racional?
Como igreja somos família eterna (Ef 2:19; 3:15) uma congregação. Somos templos de Deus (Ef 2:20-22), somos corpo de Cristo (Ef 1:22,23; 4:12-16) e
como tal devemos funcionar para edificar a igreja como família e como
comunidade dos santos.
2 –
ORAÇÃO (Mc.1:35)
O segundo ingrediente
indispensável para desenvolvimento da obra de Deus oração. Sem que tenhamos uma
intensa vida de oração, dificilmente conseguiremos detectar a orientação de Deus.
A exemplo temos o proprio Cristo.
Lc.3:21 após o ser batizado Jesus ora;
Lc.6:12, ora
durante toda a noite antes de escolher os doze.
Lc.9:29, durante a oração transfigura-se diante dos
seus discípulos.
Mc. 14:32 antes
da crucificação Jesus ora no jardim do Getsêmani.
Mc 1:35 Cada manhã iniciava o dia orando
Se Cristo sendo Deus nos
concedeu este exemplo como devemos proceder sendo nós totalmente carentes de
sua intervenção? John Charles Ryle observa que “não orar é a mesma coisa
que estar sem Cristo, sem Deus, avançando pelo caminho da perdição” [1].
A oração conduz nossa vida com Deus, permite que nos derramemos diante D’ele,
através da oração somos capazes de confessar a Deus nossos segredos mais
íntimos.
1. Definição de oração.
Oração é a
comunicação pessoal com Deus[2].
É o ato mais íntimo que o homem pode ter com o seu Senhor. Deus não deseja que
oremos por não ser capaz de conhecer nossa necessidade mais íntima, nem tão
pouco por se sentir só. Deus deseja que oremos a fim de que Ele se revele pra
nós e nos mostre a direção a ser seguida.
2. Por que devemos orar ?
a- Porque somos absolutamente incapazes de realizar a visão,
de promover a unidade e a Qualidade que a igreja precisa.
b- Porque Deus é o único poderoso e capaz de edificar sua igreja
(Ef 3:20)
c- Porque Deus o fará tão somente se o pedimos em oração.
(Mt 18T8-19)
Andrew Murray chegou a
firmar que “se você nunca sentiu necessidade de que lhe ensinassem a
orar, é porque você nunca ororu”[3].
Na confissão de fé de Heldelberg lemos o seguinte: “oração é um oferecimento de
nossos desejos a Deus, por coisas conforme a sua vontade, em nome de Cristo,
com a confissão de nossos pecados, e um agradecido reconhecimento das suas
misericórdias”[4]
3. Como devemos orar ?
Precisamos aprender a
chegar à presença de Deus a fim de conversar com Deus. John Bunyan disse o
seguinte“você pode fazer mais do que orar, após haver orado, mas não pode mais
do que orar até haver orado” [5].
A seguir desejo apresentar pelo menos sete passos que nos ajudarão a orar com
eficácia.
1º) Ao orar esteja
ciente de que você está na presença de Deus. Assim:
a)
Primeiro passo em sua oração deve ser adoração a
Deus e nunca petições pessoais. Certifique-se de que você esta
consciente de quem é Deus e de quem é você. Comporte-se como alguém que
verdadeiramente reverencia ao Senhor, depende d’ele e deseja glorificá-lo pelo
que Ele é.
b)
“Traga a memória o que pode
lhe dar esperança”(Lm.3:21) compreendam de forma bíblica os direitos e
privilégios que o Senhor lhes concede.
2ª) Dependa inteiramente de Deus.
Mc.1:35-“tendo-se levantado alta
madrugada, saiu, foi para um lugar
deserto e ali orava.”
Jesus buscou refúgio
inteiramente em Deus “...
foi para um lugar deserto e ali
orava”
Jesus não se isolou a
fim de curtir a depressão ou preparar um plano de ação que lhe conduzisse ao
sucesso de forma pragmática seu conforto eram os braços do Pai. Hoje temos a
certeza de que Cristo nos conduz ao lugar seguro, e este lugar não é outro
senão a presença de Deus.
Sl.46 “1-DEUS é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2- Portanto não temeremos...”
Nosso mediador em tudo
que diz respeito a nossa vida espiritual é Jesus Cristo em nossas orações Ele
deve ser o caminho a Deus.
3º) Deseje ter uma plena revelação de Deus em suas orações.
Saiba que Deus irá
responder sua súplica e lhe revelar a sua vontade seja com sim ou com não. Em
ambos os casos veja nisto a glória de Deus.
4º) Esteja certo de que Deus lhe perdoa e por isso não fique travado na
presença de Deus por conta de pecados já confessados e tratados. (1 Jo. 1:8-10)
Oração
é um oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio
de seu Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento
de suas misericórdias[6].
Não estou afirmando que não devemos orar pedindo
a Deus que nos livre de maus específicos (pecados que já cometemos e foram
confessados e tratados). O fato é que lembrar constantemente de pecados que nos
fazem retroceder na fé não é benéfico para nosso avanço espiritual. “Martyn
Llloyd-Jones preocupava-se com a necessidade de o crente ver sua vida,
problemas e tentações sempre de um ponto de vista mais amplo e glorioso, a fim
de que contemplasse suas tentações numa perspectiva correta.” Observe o que ele
falava:
O que
sempre digo as pessoas é: pare de orar acerca daquela coisa particular que o
leva a cair; faça oração positiva; pense nisso em termos da sua comunhão com
Deus. Não pense meramente em termos da sua queda e daquela coisa particular; dê
as costas a isso, comece a pensar em si como companheiro de Deus e de Cristo, e
diga: agora estou com Ele e não devo fazer em Sua presença nada que O fira. (Lloyd Jones, apud Carlos Costa. 2005)
Em suma, afirmamos que se confessarmos nossos pecados ao Senhor em
atitude real Ele nos perdoa (Sl. 32:5; Sl. 51; Pv.28:13; I Jo.1:9; etc.) desta
feita, ao orar devo estar cônscio de que estou perdoado. Para tanto se faz
necessário arrependimento.
a) Arrependimento.
Segundo Aurélio Buarque,
arrepender-se significa “mudar de procedimento ou parecer”.[7] Portanto, o conhecimento de que
Cristo é o salvador e a aprovação deste fato, não torna o homem salvo. É necessário mais do que conhecimento. Wayne Gruden definindo
arrependimento diz que “arrependimento é renunciar o pecado e comprometer-se
sinceramente a abandoná-lo e prosseguir obedecendo a Cristo”.[8] É este arrependimento que conduz
alguém a Cristo a fim de que possa receber Dele a salvação.
Arrependimento é
verdadeira mudança de hábitos. Esta mudança serve para todos os aspectos de nossa vida. Não
estamos afirmando que ao se converter o individuo não comete mais pecado
estamos afirmando que o salvo se arrepende de suas falhas e reconhece sua total
carência de Deus (1Jo.1:8-10; 2:1,12). Há pelo menos três tipos de
arrependimento.
1º) - Arrependimento Intelectual.
Este tipo de
arrependimento leva a uma mudança de idéia em relação ao pecado, a Deus e ao
próprio eu. O nosso intelecto leva-nos a reconhecer a nossa culpa pessoal e nos
mostra que Deus é justo e por isto exige de nós retidão nos mostrando que
estamos desamparados sem sua proteção (Sl.51:3,7; Jó 42:6; Rm.3:20; 1:18-32;
7:15-19).
2º) - Arrependimento Emocional.
Este tipo de
arrependimento nos leva a uma mudança de sentimentos com relação ao pecado.
Quando pecamos e nos arrependemos de forma emocional nos entristecemos e
desejamos ser perdoados pelos nossos atos (Sl.51:2-4; 79:9; 2 Co.7:9,10).
3º) - Arrependimento Volitivo.
Este tipo de
arrependimento envolve uma mudança quanto à vontade e disposição em relação ao
pecado. Ele nos leva a uma mudança de idéia (Sl.32:5; Nm.22:34; Lc.5:8; 15:18;
1 Jo.1:9).
Mesmo sendo o
arrependimento um elemento necessário quanto à salvação, isto não é algo que
podemos desenvolver no percurso da vida. Isto é ensinamento da igreja Católica
Romana. O arrependimento não é uma
satisfação dada a Deus, é uma condição de quem foi alcançado por sua graça.
5º) Ore na posição que você possa realmente orar. (Daniel 9:4)
“E orei ao Senhor meu Deus, e
confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e
a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;”
Antes de falar da postura propriamente dita
na oração faço uma observação:
Quando estamos na presença de Deus é bom que
observemos a nossa postura com relação a Ele.
“... Ah! Senhor! Deus grande e tremendo”.
É possível perceber entre os cristãos pós-modernos,
muita indiferença quanto ao trato com Deus. Alguns se dirigem a Ele falando
como se estivessem conversando com qualquer pessoa. Desta feita, é possível
perceber até palavras de falta de respeito com o Senhor. é possível percebe:
Ø Indiferença quanto ao
trato com Deus.
Ø Falta de respeito com o
Senhor no falar.
Ø Irreverência no culto.
Ø Irreverência no templo.
Cuidado, estamos na presença do Senhor “...
grande e tremendo...”
a. Postura na oração[9].
É possível perceber através da Santa e
Sagrada Escritura que aqueles que se buscaram a Deus sempre se mantiveram em
uma postura de humilhação diante do Senhor.
Ø Gênesis 24: 26 –
inclinado
Ø Êxodo 34: 8-9 –
inclinado
Ø II Crônicas 6: 13-14 –
ajoelhado
Ø Esdras 9:5 – ajoelhado e
com vestes rasgadas
Ø Daniel 6:10 – ajoelhado
Ø Lucas 22:41 – ajoelhado
(o Próprio Senhor Jesus)
Ø Atos 7:60 – ajoelhado
(Estêvão)
Ø Atos 9:40 – ajoelhado
(Pedro ao orar para ressuscitar Tabita)
Ø Atos 20:36 – ajoelhado
(Paulo orando com os anciãos de Éfeso)
Ø Efésios 3:14 – ajoelhado
(Paulo novamente)
Ø Números 20:6 – rosto em
terra (Moisés e Arão)
Ø II Crônicas 20:18 – com
o rosto em terra (Jeosafá e os moradores de Jerusalém)
Ø Mateus 26:39 – prostrado
sobre o rosto (O próprio Jesus)
Ø Lucas 18:11, 13 – em pé
(o fariseu e o publicano)
Enfim, temos muitos exemplos de posturas em
oração, entretanto todas elas foram efetuadas com a devida reverência e
respeito.
3- O ato de humilhar-se diante de Deus[10].
A humilhação de que falamos é um ato interno,
uma atitude conhecida somente pelo próprio Deus, haja vista que apenas Ele é
capaz de sondar os corações e pensamentos. Ele é capz de saber o que de fato o
orador esta sentindo no momento em que manifesta sua adoração.
II Crônicas 7:14 – “E se o meu povo, que se
chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e buscar a
minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei seus pecados, e sararei sua terra.”
II Crônicas 34:27 – “Porquanto o teu coração
se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras
contra esse lugar, e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e
choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o SENHOR.”
Daniel 10:12 – “Então me disse: não temas,
Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a
compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas
palavras; e eu vim por causa das tuas palavras.”
Mateus 23:12 – “E o que a si mesmo se exaltar
será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
Tiago 4:10 – “Humilhai-vos perante
o Senhor, e ele vos exaltará.”
I Pedro 5:6 – “Humilhai-vos, pois,
debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte.”
Como podemos observar o ato de humilhar-se
diante do Todo Poderoso foi a prática antiga no passado. Este ato precisa ser
real de forma interna e externa. No entanto LLoydde-Jones adverte:
Há também algumas pessoas para as
quais parece que a essência mesma da oração e a questão e postura e posição
física. Como se preocupam em poder ajoelhar-se [...]. É certo ajoelhar-se para
orar, é igualmente certo orar de pé, é igualmente certo prostrar-se, rosto em
terra. Todas estas coisas estão na Escritura[11].
6º) Não seja mecânico em suas orações.
7º) Permita que o espírito Santo lhe
conduza nos momentos de intercessão.
Não
tenha pressa em sair da presença de Deus. Apresentem-se penas como
suplicante.
Em sua
vida de oração atente para o seguinte:
Ø Você pode orar a sós, em lugar e
tempo específico.
Ø Você deve orar sem cessar (1 Ts
5:17; Ef 6:18).
Ø Devemos orar entre
dois ou três irmãos (Mt 18:19-20; At 3:1)
Ø Podemos orar com um grupo pequeno
(At 12:12).
Ø
Devemos orar com toda a congregação (At 4:24)
4. O que devemos pedir?
A cerne da nossa oração deve ser intercessão
pela realização do propósito eterno de Deus. É fato que devemos fazer petições
gerais e específicas, e devemos persistir em orar por uma causa até ver seu
cumprimento ou o não de Deus (II Co.12:7-9).
Eis alguns temas de intercessão pelos
quais devemos orar a Deus:
Ø Jo 17 - Santidade, unidade e
quantidade.
Ø Mt 6:9-13 - A extensão do Reino, necessidades materiais,
confissão e
proteção do mal.
proteção do mal.
Ø Mt 9:38 - Envio de obreiros.
Ø 1 Tm 2:1-4- Pelas autoridades e por todos os
homens.
Ø Ef 1:16-19 - Por espírito de sabedoria e de revelação.
Ø Ef 3:14-21 - Para que sejamos cheios de toda a plenitude
de Deus.
Ø Ef 6:18-20 - Por intrepidez e graça na evangelização.
Ø At 4:29-31 - Para que haja cooperação entre a igreja e o
Senhor.
Em nosso meio, em termos gerais, se tem
experimentado como igreja mais adoração que intercessão; Deus quer levar-nos
para a intercessão sem enfraquecer a adoração.
3 - RELACIONAMENTOS FIRMES
A terceira coisa que
Jesus fez ao iniciar seu ministério foi construir relacionamentos firmes com doze discípulos. Para isso assumiu a
responsabilidade de estar com os mesmos para formar e ensinar com o seu exemplo
e sua palavra, e eles fizeram o compromisso de sujeitar-se ao Senhor e ser
seus discípulos.
A
obra de Deus se faz com base em relacionamentos firmes, os quais significam: 1-Relacionamentos
pessoais definidos e, 2-Relacionamentos comprometidos.
A) - OS
RELACIONAMENTOS FIRMES FUNCIONAM EM TRÊS NÍVEIS:
- Com pessoas mais experientes (em sujeição e compromisso).
- Com iguais (em sujeição mútua) 2 Tm 2.2.
- Com
mais novos no Evangelho (em responsabilidade) Ef 5:21; 1 Pd 5:5
B) - DIFERENTES
RELACIONAMENTOS:
- Sujeição mútua entre apóstolos.
- Pastores
sob a cobertura de apóstolos e profetas.
- Evangelistas
sob a cobertura de apóstolos.
- Pastores
sujeitos entre si.
- Diáconos
sujeitos a pastores e sujeitos entre si.
- Líderes de grupos sujeitos a pastores e diáconos e sujeitos entre
si.
- Discípulos sujeitos a seus discipuladores
Todo
o corpo bem ajustado e unido entre si por todas as juntas (Ef 4:16; Cl 2:19).
C) - A BASE DE NOSSOS
RELACIONAMENTOS:
A base de nossas relações
tanto com irmãos mais experientes, como com iguais, como ainda com os mais
novos deve ter como base a atitude do Senhor Jesus descrita em Filipenses
2:2-8.
"... completai o meu
gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo
ânimo, pensando a mesma coisa; nada façais por contenda ou por vanglória, mas
com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo; não olhe cada
um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual,
subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se
devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a
si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz ".
•
Atitude de unidade - v. 2 = ser
um com o irmão
•
Atitude de sujeição - v. 7 =
Jesus se sujeitou ao Pai mesmo sendo igual.
•
Atitude de servo, não de senhor -
v. 7
•
Atitude de humildade
- v. 3,8
•
Atitude de amor sacrificial e não
de egoísmo - v. 4,8
Somente com base no
ESPIRITO DE CRISTO em nós é possível construir relacionamentos para chegar à
verdadeira unidade do corpo.
4 -
ESTRATÉGIA
Em Ef. 4:7-16 está apresentada a
estratégia de Deus para a edificação da VISÃO:
•
Aqui a figura dominante é a
igreja como CORPO, sua dimensão funcional.
•
Cristo é a CABEÇA e cada filho de
Deus é um MEMBRO ou uma parte do corpo.
•
OBJETIVO DA CABEÇA: a edificação
do Corpo. Esse objetivo inclui as três características de qualidade,
unidade e quantidade.
•
PLANO DA CABEÇA: usar, para
edificação do Corpo, a TODOS os membros.
A) - FUNÇÃO DA CABEÇA
1 - Governar o corpo - cada membro;
2 -
Dar vida ao corpo - a cada membro até enchê-lo todo (Ef 1:23; 3:19; 4:10);
3 - Dar
crescimento ao corpo - a cada membro (Ef 4:15-16);
4 -
Dar dons - dotar de graça (habilidade) a cada membro p/ sua função (Ef 4:7-8).
5 -
Constituir a uns como apóstolos, outros como profetas, a outros como
evangelistas, outros como pastores e
mestres (A. P. E. P-M). Tudo isso é função da CABEÇA e não nossa função.
B) - FUNÇÃO DOS
APÓSTOLOS, PROFETAS, EVANGELISTAS, PASTORES E MESTRES
- O
objetivo
desses quatro ministérios é o mesmo que o de Cristo: a edificação do corpo.
- O
plano deles é o mesmo que o de Cristo: usar a todos os membros do corpo
- A função deles está indicada no verso 12:
"...a fim de
APERFEIÇOAR AOS SANTOS para a obra do
ministério, PARA a edificação do corpo
de Cristo..." - Soe. Bíblica 1960;
"...Capacitar aos
santos..." - Bíblia das Américas; "...Equipar aos santos..." -
New American Version; "...Reto
ordenamento dos santos..." - Bíblia de Jerusalém;
No grego se
diz "...para KATARTISMOS DOS SANTOS..".
KATARTIZO,
segundo o dicionário grego-espanhol significa: consertar, ordenar, aparelhar, guarnecer, equipar,
prover de, preparar, formar um todo, governar, dirigir, restaurar, reparar,
colocar em seu lugar.
KATARTISMOS é um substantivo, por
isso a antiga versão Reina e Valera traduz: "...para perfeição dos
santos...", e vem do verbo AKATARTIZÒ.
As passagens no N T onde
se usa este verbo têm sido traduzidas de diversas maneiras e nos dão uma
compreensão mais ampla de seu rico significado (Versão 1960 S B):
• Mt. 4:21 - remendavam suas redes - consertavam, limpavam,
preparavam suas redes e a
deixavam prontas para serem
usadas no dia seguinte (Mc. 1:19);
• Mt.
21:16 - aperfeiçoaste o louvor;
• Lc.
6:40 - o que for aperfeiçoado será como seu mestre;
• Rm.
9:22 - vasos preparados para ira;
• 1 Co 1:10 - perfeitamente unidos;
• 2 Co
13:11- aperfeiçoa-os;
• Gl 6:1 - restaurai-o;
• 1 Ts 3:10 - completemos o que falta de vossa fé;
• Hb 10:5 - me preparaste corpo;
• Hb
11:3 - foi constituído o universo ( formar um todo ordenado e harmónico);
• Hb
13:21 - os faça aptos para toda boa obra (os capacite);
• 1 Pd 5:10 - aperfeiçoa-os.
No grego clássico do primeiro
século, segundo Barclay, katartismos, ou seu verbo katartizõ, tem dois
significados:
1 - Ajustar, por em ordem,
restaurar. Exemplo:
1.1- Pacificar
uma cidade que está desgarrada ou em facção.
1.2
- Colocar
um membro deslocado em seu lugar.
1.3
- Desenvolver certas partes do
corpo mediante exercício (treinamento)
2 - Equipar um homem ou habilitar para um propósito determinado.
Exemplo:
2.1
- Habilitação, equipamento de um
barco, deixá-lo pronto para zarpar.
2.2 -
Equipar, armar e formar um exército e prepará-lo para que entre em ação.
RESUMINDO:
A função
dos A.P.E.P-M como equipe ministerial é para o KATARTISMOS DO SANTOS:
-> para
a obra do ministério -> para edificação do corpo
- Aperfeiçoar,
formar, reparar, restaurar os santos;
- Preparar,
capacitar, treinar, equipar os santos;
- Ordenar,
relacionar, colocar cada membro no seu lugar, formar um todo organizado,
organizar os santos. Para que entrem em ação e desempenhem seu ministério na
edificação do corpo de Cristo, de modo que na estratégia de Deus toda a Igreja
é um seminário, cada irmão é um seminarista e os A.P.E.P-M têm como função
primordial aperfeiçoar, capacitar, treinar, relacionar os santos, para que cada
um cumpra seu ministério na edificação do corpo.
C) - FUNÇÃO DOS MEMBROS
DO CORPO (Ef 4)
- Cada membro é importante e tem uma função;
- Cada membro tem recebido de Cristo um dom - v. 7;
- Cada membro é um obreiro do Senhor - v. 13;
- Cada membro tem o ministério
de trabalhar na edificação
do corpo (Ganhar,
discipular, relacionar);
discipular, relacionar);
- Cada membro
deve ser formado
no corpo com
relações firmes para
desempenhar seu ministério.
desempenhar seu ministério.
> OBJETIVO DE
TODOS OS MEMBROS: v. 13
1 - Chegar à unidade da fé.
2 - Chegar à medida da estatura de Cristo.
> O PROGRAMA
DE CRISTO PARA TODOS OS MEMBROS: v. 15
1 - Crescer em tudo em Cristo.
(Em qualidade, em unidade e
quantidade)
> O
PROCESSO DE CRESCIMENTO: v. 15
1 - Seguindo a verdade em
amor.
> AS
CONDIÇÕES PARA O CRESCIMENTO:
1-
Sujeição à Cabeça, aos A.P.E.P-M
e ao corpo
2- Funcionamento de cada membro - v. 16
"...Cristo, de quem todo
corpo (estando bem ajustado e unido pela coesão que as conjunturas provêm)
conforme o funcionamento adequado de cada um produz o crescimento do corpo para
sua própria edificação " (Ef 4:16 Bíblia das Américas)
5 -AÇÃO
O ingrediente decisivo
para realizar a obra é a ação. Se não há uma ação, não há obra. A visão, a
oração, os relacionamentos e a estratégia são para que caminhemos para a ação.
"...Jesus começou a fazer e a ensinar ..." (At 1:1).
A) - FUNDAMENTO E
MODELO PARA A AÇÃO: JESUS CRISTO
Da ação do ministério
terreno de Cristo nasce o modelo de nossa atuação. Cristo não somente é o nosso
modelo quanto à qualidade de vida, como também no seu OPERAR PARA DEUS.
Hoje a ação do Corpo de
Cristo, a Igreja, deve corresponder à ação de Jesus quando esteve com o seu
corpo aqui na terra.
Jesus tinha
o ministério de apóstolo, profeta, evangelista, pastor-mestre e diácono
(servidor).
Ele orava, jejuava,
pregava, expulsava demónios, fazia milagres, ajudava aos pobres, alimentava os
famintos, abençoava e amava às crianças, era amigo dos pecadores, perdoava os
pecados, consolava os que sofriam, repreendia aos hipócritas, percorria cidades
e povoados, evangelizava as multidões, evangelizava os indivíduos, entrava nos
lares.
Seu ministério era
múltiplo em meio às muitas necessidades da humanidade. Mas em toda essa intensiva ação, o aspecto central de seu
ministério era DISCIPULAR a doze homens. A esses chamou e a eles se
dedicou, formou, capacitou, equipou, treinou, (katartismos), e enviou para que
fizessem o que ele mesmo fez.
Seu método formativo era
duplo: o EXEMPLO de sua ação e a INSTRUÇÃO. Sarando, ele ensinava a sarar; pregando, ele ensinava a
pregar; etc. E depois lhes ensinava e instruía à parte. Os discípulos
eram formados VENDO a Jesus e OUVINDO os seus ensinamentos.
Hoje
as circunstâncias são outras, mas as necessidades são as mesmas. O Corpo de
Cristo na atualidade, mediante todos os seus membros, deve realizar o mesmo
ministério multi-facetado que Cristo realizou. Para isso o Senhor reparte suas graças e
dons a todos os membros do Corpo, facultando-lhes a ação. Mas, igual a Cristo,
o CENTRO do ministério dos santos deve ser o FAZER DISCÍPULOS, pois isto é
fundamental para a edificação do Corpo de Cristo.
B) - A
SÍNTESE DA AÇÃO: MATEUS 28:18-20
Há três verbos que sintetizam a ação que a igreja deve desenvolver desde o
Pentecostes até a
segunda
vinda de Cristo:
- PREGAR
- (a todos)
- BATIZAR
- (aos que crêem)
- ENSINAR
- (aos que se batizam)
Estas três
palavras resumem a expressão "...FAZERDISCÍPULOS... "
—> A ponta de lança da ação é a evangelização
(quantidade). O que segue é o DISCIPULADO que produzirá a qualidade e
a unidade dos discípulos. -> Para ensinar é necessário um PROGRAMA
DEFINIDO DE ENSINAMENTO. "...ensinando-lhes que guardem todas as coisas
que vos tenho mandado..." Exemplo:
Porta, Caminho e Meta.
C) - MARCO E ESTRUTURA
PARA A AÇÃO: A IGREJA NUCLEANDO-SE NOS LARES
O grupo
do lar, ou célula, ou grupo caseiro, não é um ente em si mesmo, nem mais um departamento da Igreja.
Não há nas Escrituras a menção de grupos nas casas. Simplesmente o Novo
Testamento menciona que a Igreja se reunia nas casas. A essa expressão às vezes
se chama de Igreja na casa (Rm 16:5, 10, 11; Cl 4:15).
-> O QUE É UM GRUPO NA CASA?
É uma pequena comunidade de
discípulos relacionados estreitamente sob uma condução adequada para
desenvolver-se (em qualidade, unidade e quantidade), mediante a oração, o
doutrinamento, a comunhão, no serviço mútuo, o exercício dos dons, e no ganhar
e formar novos discípulos.
O grupo é uma parte da igreja da
cidade e está sob a supervisão e direção do ministério pastoral.
-> O QUE É ESSENCIAL EM UM
GRUPO ? A
ordem de Jesus não foi: - ide
e fazei grupos caseirosl Mas, "...ide e fazei discípulos... ".
O essencial em um grupo do lar é o discipulado. Se um grupo desses não tem
o
discipulado, tem perdido a sua
essência, e se reduz a uma simples reunião caseira.
Discipulado significa que existem
discipuladores, discípulos, juntas, compromisso, sujeição,
formação de
vidas, formação de
obreiros, serviço, ação,
evangelização, multiplicação,
crescimento,
etc.
-> QUAIS
OS OBJETIVOS PARA O GRUPO NO LAR ?
- Integrar a cada um mediante:
•
O amor e a
comunhão dos membros de todo o grupo;
•
O companheirismo estreito de dois
ou três condiscípulos;
•
O
relacionamento com seu discipulador.
- Formar a cada um:
♦
Pelo AMBIENTE de fé, gozo,
santidade, amor, oração, serviço, etc.
♦
Pelo
EXEMPLO de vida e obra.
♦ Pelo ensino da Palavra de Deus. O propósito do ensino é que
conheçam a
Palavra, vivam-na e saibam ENSINAR a outros.
Palavra, vivam-na e saibam ENSINAR a outros.
-Enviara cada um:
♦
Criando
CONSCIÊNCIA de que são obreiros;
♦
Criando CIRCUNSTÂNCIA (levá-los
conosco a fazer a obra, dar tarefas);
♦
Delegando
responsabilidade.
-> NÍVEIS DE FUNCIONAMENTO E
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
- Discípulo
novo (filhinhos) 1 Jo 2:12-14
- Discípulo
fiel (jovem)
- Discipulador
(pai)
- Responsável
pelo grupo
Na estrutura da congregação
segue:
- Diáconos
- Pastores-mestres
- Apóstolos,
profetas e evangelistas
É importante que em cada
grupo caseiro o responsável ou responsáveis formem com os discipuladores o
núcleo do grupo para levar juntos a carga e o desenvolvimento dos discípulos.
-> EXERCÍCIO DE AUTORIDADE
- Sobre a vida e a conduta dos irmãos
devemos distinguir:
1. Mandatos
do Senhor - obediência comprometida
2.
Conselho pastoral - obediência
voluntária (Hb 13:17)
3.
Conselho pessoal ou sugestão -
obediência opcional
4.
Opiniões - liberdade de
consciência - Rm 14:1-6
- Sobre a área funcional da igreja:
Os pastores
estão em função
de governo e
a eles devemos
sujeição e obediência. (1 Tm
5:17).
-> ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE UM
GRUPO CASEIRO
- Quantos
discípulos verdadeiros existem no grupo, segundo Lucas 14:26-33?
- Quantos estão sendo discipulados?
- Quantos
sabem fazer discípulos? Isto é, sabem pregar com clareza o Evangelho do Reino, guiar aos novos pela Porta
e DISCIPULÁ-LOS?
- Quantos estão ocupados nessa obra?
- O
que se está fazendo para melhorar a situação?
D) - DINÂMICA PARA A MULTIPLICAÇÃO
É responsabilidade de
cada grupo preparar a todos os seus integrantes e envolvê-los na ação
evangelizadora.
Há muitas formas de evangelizar.
A partir do grupo caseiro sugerimos quatro maneiras:
1. Sair
na rua para testificar aos transeuntes com todo o grupo. Isto libera e
aviva os irmãos.
2.
Tomar
várias ruas de um bairro e visitar casa por casa.
3.
Fazer reuniões evangelísticas em
casa de discípulos novos, convidando vizinhos, amigos e parentes.
4.
Criar empreitadas: cada
membro do grupo elabora um lista de umas vinte ou
trinta
pessoas inconversas ou afastadas, pelas quais se propõe a orar e visitar,
e depois de
um determinado tempo levar a Palavra.
->
EXTENSÃO A OUTRAS REGIÕES
Dois ou três grupos
caseiros se unem para abrir uma nova frente de trabalho em bairros distantes ou
uma localidade vizinha. (Mc 1:28; Lc 8:1)
Ide e fazei discípulos de
todas as nações .... eu te constituí como luz para os gentios ...vós sois a luz
do mundo...
(Pr. Joziran Vieira)
[1]
RYLE, John Charles. Meditações no Evangelho de Marcos. São Paulo- SP. Fiel;
2011 obs. O negrito e o itálico são alterações minhas.
[2]
Wayne Grudem/ Teologia Sistemática Wayne Grudem. São Paulo vida Nova, 1999. Pg.305
[3]
JONES, Martyn-lloyd.Martyn-lloyd Jones e o resgate da tradição calvinista de
vida cristã/ As dimensões da Espiritualidade reformada. Niteroi-RJ. Pontal do
Atalaia, Textus. 2005. Pg.157
[4]
Catecismo de Heidelberg e Confissão de fé. Op.cit. Lloyd-jones pg.166. IBID.
[5] BUNYAN op.cit Lloyd-Jones.pg.165
[6]
Catecismo Maior de Weatminster- pergunta 178/ Apostila preparada para
provisionamento de pastores. Pg.35-2003
[7]
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda, 1910-1989. Mini Aurélio Século XXI. O
mini dicionário da língua portuguesa/ Aurélio Buarque de Holanda Ferreira;
lexicografia, Margarida dos Anjos...[et al.] 5ª Ed. rev. e ampliada – Rio de
Janeiro: Nova fronteira, 2001 p.70
[8]
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática/ Wayne grudem. São Paulo: vida Nova, 1999
p.596
[9] Luis Henrique L’ Astorina Junho de 2003.
http://solascriptura-tt.org
[10]
Este ponto foi copiado e adaptado de: Luis Henrique L’astorina Junho de 2003.
http:pp//solascriptura-tt.org
[11]
JONES, Martyn-lloyd.Martyn-lloyd Jones e o resgate da tradição calvinista de
vida cristã/ As dimensões da Espiritualidade reformada. Niteroi-RJ. Pontal do
Atalaia, Textus. 2005. Pg.161
https://drive.google.com/file/d/0B3C_jwRQBLPMZlRTdVFJaXphc3c/edit?usp=sharing
Doutrina 2014
(27/02/2014)
(27/02/2014)
Bibliologia
1 . A BÍBLIA SAGRADA
O estudo da Sagrada Escritura tem como finalidade nos levar ao conhecimento Deus e a compreensão da sua soberana vontade. Assim fica claro que se quisermos conhecê-lo de verdade, temos que depender daquilo que ele revela sobre si mesmo.
Duas são as formas pelas qual Deus se revela aos homens. Primeiro Deus se revela a todos através de sua revelação Geral (Sl.19:1; Rm.1:19,20; At.14:17). Esta forma de Deus revelar-se torna todos os homens indesculpáveis diante de Deus. Outra coisa que precisa estar claro é que ao revelar-se através da natureza isto não indica que Deus está em todas as coisas ou é parte integrante de sua criação. Pensar desta forma é panteísmo. Esta ideia de adorar a criação no lugar do Criador é amplamente combatida pela Sagrada Escritura (Gn.1:1-28; Ex.20:3-5; Rm.1:21-25; etc.).
A segunda forma pela qual Deus se revela aos homens é através da revelação especial. Esta revelação é a Sagrada Escritura e o próprio Cristo. Wayne Grudem afirma que: “só a Bíblia nos diz como compreender o testemunho que a natureza dá de Deus”[1] (Jo.5:39; 4:24; 17:3; Rm.3:26;. Jr.9:23,24; I Jo.2:13; etc.)
No entanto, é relevante salientar que nem todo aquele que conhece a vontade de Deus conhece Deus. Mas, todo aquele que conhece a Deus deve também conhecer a sua vontade. Assim, neste estudo sobre a Palavra de Deus, devemos desejar primeiramente conhecer a Deus na essência de sua revelação aos homens. Segundo, devemos desejar ser modificados através do que aprenderemos, pois se isto não ocorrer, nos tornaremos intelectuais e soberbos, conhecedores das leis cristãs, no entanto homens de corações endurecidos. Oro a fim de que seja Deus misericordioso conosco nos conduzindo ao conhecimento, mas também ao quebrantamento. Rogo pra que sua Palavra gere em nós uma vida mais santa e um intenso desejo de servi-lo “em Espírito e em verdade”
1.1 DEFINIÇÃO
A palavra Bíblia é usada a fim de designar a coleção livros que compõem o Antigo e o Novo Testamento. Dava-se o nome de “Bíblos” às folhas de uma planta chamada papiro, que eram preparadas para a escrita. “Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado de ‘biblion’, e vários desses rolos eram chamados de Bíblia”[2]. Assim, a palavra Bíblia significa coleção de pequenos livros.
A primeira pessoa a usar esse termo para designar a Escritura Sagrada foi João Crisóstomo, no IV século. No entanto este termo não aparece na Sagrada Escritura. Os termos que encontramos na Bíblia para designá-la são:
Escrituras (Mt.21:42; 22:29; Jo.20:29)
Sagradas Escrituras (Rm.1:2)
Livro do Senhor (Is.34:16)
A Palavra de Deus (Mc.7:13; Hb.4:12)
Os Oráculos de Deus (Rm3:2)
1.2 DIVISÃO
A Bíblia contém sessenta e seis livros, divididos entre o Antigo e o Novo Testamento, esta é a grande divisão da Bíblia. “A palavra testamento com relação à Escritura Sagrada significa pacto ou aliança”.[3] As línguas originais usadas para escrevê-la foram, no Antigo Testamento, o hebraico e, em poucos textos, o aramaico; no Novo Testamento, o grego.
Além dessa grande divisão, há outra segundo a qual os livros que compõem a Bíblia são classificados da seguinte maneira:
a) Antigo Testamento
· Pentateuco – Genesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio (05 livros);
· Livros históricos – Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester (12 livros);
· Livros poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares (05 livros);
· Livros proféticos – estes são divididos da seguinte forma:
· Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel (05 livros);
· Profetas menores: Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias (12 livros).
Obs.: As expressões “profetas maiores” e “profetas menores” devem-se à quantidade de material que cada um escreveu.
b) Novo Testamento
· Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João;
· Livro histórico – Atos dos apóstolos;
· Cartas paulinas – Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e Filemom.
· Carta aos Hebreus - o autor dessa carta não é revelado nem nela mesma, nem em outra parte da Bíblia nem ainda em qualquer escrito da história da Igreja. Alguns a classificam como uma epístola escrita por Paulo, mas essa informação não pode ser provada.
Epístolas gerais - Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas.
Livro da Revelação – Apocalipse
c) Os apócrifos
São 14 os livros apócrifos aceitos pela Igreja Ortodoxa Grega e 11 aceitos pela Igreja Romana. Esses livros começaram a ser escritos no período inter-bíblico, que ocorre entre os livros de Malaquias (último livro do A.T.) e Mateus (primeiro livro do N.T.).
O termo apócrifo deriva do grego clássico ‘apocrypha’ e significa oculto, de difícil entendimento. Na concepção religiosa, esse termo tem o sentido de não genuíno. Esses livros aparecem primeira vez quando a versão do Antigo Testamento hebraico é traduzida para o grego, em 170 d.C. Em 405, quando Jerônimo traduz a versão do A.T do grego para o latim, é obrigado a traduzir também os livros apócrifos. No entanto, ele adverte que esses livros não podem servir como base doutrinária por conterem erros históricos e doutrinários. Em 18 de abril de 1546, os referidos livros foram aceitos pela Igreja Romana a fim de barrar a Reforma Protestante, visto que se opunham às novas doutrinas adotadas por aquela igreja. Exemplos dessas verdades são o purgatório, a oração pelos mortos (2 Mac.12.36-46; Lc.16.20-31) e a salvação mediante as obras (Dt. 12.32; Ef.2.8).
Algumas razões para não aceitarmos os apócrifos são: 1º- não têm autoridade divina (Hb. 4.12), 2º- não são inspirados por Deus (2 Tm. 3.16), 3º- nada acrescentam à verdade messiânica.
Os livros apócrifos são os seguintes:
1- Tobias (após o livro canônico de Esdras).
2- Judite (após o livro de Tobias).
3- Sabedoria de Salomão (após Cantares).
4- Eclesiástico (após o livro de Sabedoria).
5- Baruque (após Jeremias).
6- I Macabeus (após o livro de Malaquias).
7- II Macabeus (acompanhando I Macabeus).
8- Acréscimo ao livro canônico Ester.
9 – Cântico dos três santos filhos (acréscimo a Daniel, cap. 3).
10- História de Suzana (acréscimo a Daniel, cap.13)
11- Bel e o dragão (acréscimo a Daniel, cap.14)
Os três livros que a Igreja ortodoxa grega conserva são:
1- III Esdras
2- IV Esdras
3- A oração de Manassés.
Obs.: O livro de Neemias é considerado como II livro de Esdras na Bíblia Católica Romana.
2. OLHANDO PARA O PECADO SEGUNDO AS ESCRITURAS.
Qualquer pessoa pode entregar-se ao estudo da Sagrada Escritura e tornar-se um sábio e exímio conhecedor do Texto Sagrado mesmo que não seja salvo. Vários motivos podem levar alguém a estudar a Bíblia. A. W. Pink apontas os seguintes:
Alguns lêem a Bíblia para satisfazer seu orgulho literário [...] porque a ignorância quanto à Bíblia é considerada uma falha na educação. Outros a lêem para satisfazer seu senso de curiosidade [...] ainda outros a lêem para satisfazer seu orgulho sectarista. Estes consideram um dever estarem familiarizados com as crenças particulares de sua própria denominação, pelo que também buscam ansiosamente textos que provem e apóiem o que eles chamam de “nossas doutrinas”. Ainda há aqueles que lêem a Bíblia com o propósito de argumentar eficazmente com aqueles que discordam de suas opiniões.[4] (Pink. Pg.16,17)
Não devemos mergulhar no estudo da Santa e Sagrada Escritura a fim de encontrar apoio para a nossa vontade, mas para chegarmos ao conhecimento da vontade de Deus. A seguir desejo apresentar alguns benefícios que repousam sobre aqueles que estudam a Bíblia Sagrada de coração sincero:
a) Ser convencido de pecado.
A ação primordial do Espírito Santo na vida de quem busca conhecer a Sagrada Escritura sem que seja por orgulho, é convencer este individuo de seu pecado (Jo.16:7-11). Independente de quem seja o homem, seu contato sincero com a Palavra leva-o a descobrir quem ele é, e logo ele compreende o quanto precisa ser curado (Lc.5:31).
b) Tristeza por conta do pecado.
Convencidos de que somos pecadores recai sobre nós uma enorme tristeza. Jesus falou a respeito deste estado do homem quando proferiu seu maravilhoso sermão do Monte (Mt.5:2-4). Pedro ao expor a Palavra no dia de pentecoste levou muitos de seus ouvintes a se entristecerem por conta de seu estado (At.2:37). Os argumentos hedonistas usados como base para diversos sermões contemporâneos não conseguem levar o homem ao abatimento pessoal por conta de seu pecado. E enquanto a leitura da Bíblia não nos conduz a lamentarmos nossas falhas, não conseguimos perceber o tamanho da nossa desventura (Rm.7:24; Jr.31:19). É necessário que nos quebrantemos diante de Deus, que sejamos humilhados diante de sua santidade, que tenhamos a experiência de nos arrependermos diariamente (Ap.10:9). “essa será sempre a ordem da experiência – primeiramente deve vir a lamentação, e somente depois vem o consolo (Mt.5:4): primeiro a humilhação depois a exaltação (I Pe.5:6)”[5].
c) Confissão por conta do pecado.
Geralmente quando somos entristecidos por conta de nosso pecado é porque fomos repreendidos (II Tm.3:16; Sl.32:3-6) “Não há paz real para a consciência, nem descanso para o coração, enquanto escondemos a carga do pecado não confessado.”[6] A alegria passageira é fruto de uma vida sem raízes profundas (Mt.13:18-23), as raízes profundas são geradas quando ao lermos a Bíblia somos conduzidos a confessar nossos pecados(Ne.9:3; Pv.28:13; I Jo.1:9).
d) Revoltar-se contra o pecado.
Nossa atitude com relação ao pecado define nosso relacionamento com relação a Deus. Spurgeon declarou: “Não podemos amar a Deus sem odiar aquilo que ele odeia. Não somente devemos evitar o mal, recusando-nos a continuar nele, mas também devemos declarar guerra contra o mal voltando-nos contra ele com indignação íntima”[7] (Sl.119:104, 128; 50:16,17; Pv.8:13). É o conhecimento da Santa e Sagrada escritura que nos afasta do pecado (Dt.17:18,19) e nos condiciona a tomar uma atitude. Eis ai a responsabilidade do homem (II Tm. 2:19, 22; II Co.7:1; I Co.6:18; I Tm.6:11).
3. A MORTIFICAÇÃO DO PECADO. Rm.8:13
É possível mortificar o pecado?
O que tenho a meu favor para fazê-lo?
Como colocar em prática minha guerra contra o pecado?
BIBLIOGRAFIA
· A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri – SP: SBB, 1993.
· Cavalcanti, Eudes Lopes. Apostila de instruções básicas para a preparação ao batismo, elaborada por: Pr. Eudes Lopes Cavalcanti em outubro de 2002.
· Owen, John. Para vencer o pecado e a tentação/ John Owen; tradução de Marcos Vasconcelos. São Paulo: Cultura cristã, 2010
· Pink, Arhur Walkington. Enriquecendo-se com a Bíblia/ A.W.Pink. – São Paulo: Fiel. 2011.
· Stott, John R.S.W. A autoridade Da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD. 2002
· Grudem, Wayne A. Teologia Sistemática/Wayne Grudem. – São Paulo: Vida Nova, 1999.
· Silva, Antonio Gilberto da. 1929- A Bíblia através dos séculos: uma introdução/ Antonio Gilberto da Silva. – Rio de Janeiro: CPAD. 1986.
[1] Gruden.1999, pg.101
[2]Silva, Antonio Gilberto da. 1929- A Bíblia através dos séculos: uma introdução/ Antonio Gilberto da Silva. – Rio de Janeiro: CPAD. 1986. Pg18
[3] Apostila de instruções básicas para a preparação ao batismo, elaborada por Pr. Eudes Lopes Cavalcanti em outubro de 2002. p. 4.
[4] Grifo nosso
[5] Pink, 2011 pg.20
[6] Ibid pg.22. grifo do autor da pesquisa.
[7] Spurgeon op.cit Pink 2011, pg22
https://drive.google.com/file/d/0B3C_jwRQBLPMZlRTdVFJaXphc3c/edit?usp=sharing
Nossas doutrinas tem sido coisa do céu mesmo. Meu desejo é de ver um dia minha igreja cheia de crentes todos sedentos pela palavra da verdade. Aos poucos estou vendo já, mas sei que Deus fará muito mais para glória dele mesmo. Obrigada pastor pelos ensinamentos. Deus te abençoe sempre!
ResponderExcluir